A Inteligência Artificial no dia a dia das empresas em diferentes áreas de atuação

Por Julio Cezar Guapo* – A Inteligência Artificial é a bola da vez nos investimentos mundo afora. Dados da International Data Corporation (IDC) revelam que os gastos globais com IA estão projetados para ultrapassar os US$ 300 bilhões até 2026 e US$ 632 bilhões até 2028. Já a Gartner prevê que os gastos mundiais com Tecnologia da Informação atinjam US$ 5,74 trilhões só neste ano, sendo impulsionados, em parte, pelos investimentos em IA. Esses números gigantes dão vida a uma mensagem clara: a IA veio para ficar. E como as empresas estão utilizando-a a seu favor? 

Em algumas companhias, como no nosso caso, um dos principais objetivos para o uso dessa tecnologia é o de atingir melhor eficiência operacional. Mas muito vem sendo feito a partir dela, e quero elencar algumas das boas práticas que vem nos auxiliando de forma muito promissora. 

Para nós, a Inteligência Artificial tem desempenhado um papel essencial no desenvolvimento de produtos, ao permitir o uso de dados de mercado e feedbacks de clientes para projetar dispositivos mais alinhados às necessidades e expectativas dos consumidores. Esse processo, orientado por dados, assegura que cada inovação atenda aos padrões de qualidade e relevância que o mercado espera – e também agrega em competitividade. 

Destaco, também, o papel revolucionário na tomada de decisões. Com o uso de ferramentas analíticas avançadas, já é possível extrair insights valiosos sobre o desempenho de produtos e identificar tendências de mercado com total precisão. O impacto disso pode ser observado ainda nas estratégias comerciais e no planejamento de lançamentos, o que nos permite decisões mais assertivas e alinhadas às estratégias como um todo. 

Posso citar iniciativas internas, temos, por exemplo, a 4IAll, ferramenta na qual disponibilizamos treinamentos sobre IA e captamos ideias para auxiliar-nos em diferentes demandas, seja com o uso de ferramentas já prontas ou aquelas desenvolvidas pela nossa equipe de TI. Assim, automatizamos processos internos, o que nos permite reduzir custos e aumentar produtividade. 

Neste ano, também avançaremos na criação de Agentes de IA. Essa nova ferramenta irá permear toda a empresa e executar atividades de backoffice e apoio a tomada de decisão. Serão dezenas de agentes autônomos e orquestrados entre si para gerar uma camada de automação inteligente que levará as operações a outro nível de eficiência. É mais um passo importante no uso propositivo dessa tecnologia. 

É importante deixar claro que a Inteligência Artificial não é capaz de fazer milagres. Para que haja uma entrega qualificada de resultados, é essencial contar com processos bem estruturados, dados de qualidade e, acima de tudo, pessoas engajadas. Assim, observamos ganhos na produtividade, com o uso do Copilot, por exemplo, e na inovação, com o uso de IA em produtos finais, como o notebook Positivo Master 6450, que tem NPU integrada para aceleração de IA, ou ainda com a MarIA, assistente de IA que personaliza o aprendizado adaptativo de estudantes, fortalecendo o uso da tecnologia em uma área tão nobre como a educação. 

O grande desafio das empresas mais antenadas é entender que a IA não é mais uma ferramenta, mas sim uma parceira estratégica. Ela é capaz de revolucionar até mesmo a forma como tomamos decisões. 

Não tenho dúvidas de que toda tecnologia contribui para criação de novos modelos de negócios, em especial aquelas que chamamos de tecnologias possibilitadoras ou de uso geral, que é o caso da IA, em especial, a generativa. Como outros exemplos de épocas distintas temos a máquina a vapor, a eletricidade e até mesmo a internet. 

Hoje, é fácil enxergar quantos modelos de negócios e inovações surgiram a partir dessas outras tecnologias citadas. Talvez não fosse tão fácil observar a mesma coisa quando Thomas Edison desenvolveu a lâmpada. Porém com a IA, é possível observar um potencial imediato ao plugar ela nas soluções já existentes, de forma quase como catalisadora de potenciais. E vai além: promover esse serviço de implementação de IA adaptada às necessidades de cada empresa ou cliente já é, também, um novo modelo de negócio. 

A Inteligência Artificial ainda tem muito a nos mostrar. Se hoje, o impacto dela pode ser observado em quase todos os lugares, o futuro aponta para avanços ainda maiores, seja no nosso dia a dia ou principalmente na rotina das empresas de todos os tamanhos.

*Julio Cesar Guapo é diretor de TI da Positivo Tecnologia.