Luiz Guilherme Gerbelli, do jornal O Estado de S.Paulo, resumiu em uma frase tudo aquilo que eu gostaria de ter dito desde ontem, após chegarem notícias, direto da China, sobre anúncios feitos por empresas de tecnologia chinesas em relação a futuros investimentos no Brasil.
“Se o anúncio da Foxconn de 100 mil contratações estiver correto, a quantidade de empregos gerados equivale ao total de habitantes de Caraguatatuba, município do litoral paulista”.
E tem mais:
“Segundo a Abinee, no ano passado, todo o setor eletroeletrônico empregou 175 mil trabalhadores. Para este ano, a expectativa é que 178 mil trabalhadores sejam contratados”.
Não bastassem esses números fantasiosos, os chineses da Foxconn ainda anunciaram, na cara dura, investimentos de R$ 12 bilhões em cinco anos no Brasil, para a montagem de uma fábrica de displays para celulares e monitores de vídeo além de iPads da Apple.
Estimam no mercado que com US$ 4 bilhões daria para se montar uma fábrica desse gênero, sendo de última geração. Então essa informação da Foxconn não bate com a realidade do setor eletrônico no resto do mundo. Nem a Intel teria uma planta a um custo desses.
Ainda por cima, falam que no bolo dos 100 mil, contratarão cerca de 20 mil engenheiros. Ou seja: Vai faltar profissional com essa qualificação por aqui se eles cumprirem tal promessa.
Me socorro novamente do Estadão para corroborar essa questão:
“Falar em empregar 100 mil pessoas não é real (…) “Mesmo se produzir muito, a empresa não iria precisar nem de 1 mil funcionários”, comentou o diretor de pesquisa da ITData, Ivair Rodrigues, no Estadão, sobre a nova fábrica da Foxconn e seu principal objetivo, que seria a montagem dos tablets da Apple no Brasil.
A reportagem completa de Luiz Guilherme no Estadão vocês podem ler Aqui.
* Ainda bem que coube ao ministro da Ciência e Tecnologia, Aloízio Mercadante, pagar o mico de anunciar esse caô chinês na televisão. Se de fato ele fosse “do ramo” e não estivesse no cargo apenas “passando uma chuva”, até que venham as eleições municipais em São Paulo, teria sido mais cauteloso com tal informação.