A Tocha

O que a imprensa não traz, a Tocha traz

Faça o que eu digo…

As startups, representadas por suas associações, fazem um lobby pesado na Comissão Especial da Inteligência Artificial da Câmara, para que a regulamentação da tecnologia não as obrigue a pagar o direito autoral de todo o conteúdo que “chupetam” na Internet. Inclusive um debate sobre tema: “Arte, Direito e Tecnologia na Música”, será realizado no próximo dia 18 (veja o convite). O argumento para não pagar direito autoral é tosco: “inibirá a Inovação”. O pior disso é que essa comissão da Câmara tem tudo para atender o pedido das empresas, sobretudo das big techs. O alinhamento de deputados da comissão e da própria presidente Luísa Canziani com essas empresas tem sido público e notório. “Danem-se os autores”!

…Não faça o que eu faço

Quando é para defender o seu direito autoral, proteger a patente da sua invenção, aí as startups se incomodam com esse discurso do “libera para não inibir a Inovação”. Tentem “chupar” uma linha de código que seja, da criação delas, para ver o que acontece? Não é à toa, que a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) está comemorando o crescimento do volume de pedidos de patentes em todo o mundo, sobretudo na Ásia. (Leia Aqui). “Pimenta nos olhos dos outros é refresco”.

COP30

Pela segunda vez a Telebras tem mostrado bons serviços de conexão à Internet em grandes eventos que são de interesse do país. A primeira foi em 2014, quando garantiu o carreamento do sinal de banda larga internet até a porta dos estádios de futebol, para assegurar dentro deles o sinal de wifi das operadoras móveis. Agora, numa parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a estatal está levando conectividade via satélite de média órbita de graça para os participantes da COP30, através de um acordo que fechou com a operadora SES, de Luxemburgo.

Serprianas I

O Conselho de Administração do Serpro ainda não recebeu a indicação de Wallyson Lemos dos Reis Oliveira, atual diretor da Telebras, que deverá ocupar a Diretoria de Operações, até então sob o comando de Wilton Mota, que agora assumirá a presidência da empresa. Considerado um técnico competente, Wallyson irá para o Serpro também pelas mãos do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), o insaciável.

Serprianas II

O assessor da presidência do Serpro, André de Cesero, já está procurando alguma boquinha dentro da empresa, ou fora de Brasília, para desocupar a moita. Sabe que seu prazo de validade neste cargo expira, assim que o novo presidente da estatal, Wilton Mota, sentar na cadeira de comando do Serpro. Pela cara da ministra Gleisi Hoffmann Relações Institucionais), em recente encontro com Andre De Cesero, no Paraná, dá para notar que o PT quer vê-lo ocupando a “Gerência do Almoxarifado”, no subsolo da empresa.

Serprianas III

Quem avisa, amigo é.

Se eu fosse a Superintendente de Marketing Serpro, Loyanne Salles, não faria crediário neste mês de dezembro.

Vaga-lume

É o apelido que andam dando para a versão web da Imprensa Nacional, que funciona dia sim, dia não. Ninguém consegue abrir a página para ler o Diário Oficial da União hoje. Tem sido recorrente esses “apagões”, sem que ninguém explique direito o que está ocorrendo. Da última vez isso ocorreu no dia do servidor público e a alegação é de que o DOU não foi atualizado porque era ponto facultativo. OK, mas por que a página de acesso ao serviço também estava fora do ar? O estagiário que liga o botãozinho da internet também não trabalhou naquele dia?

Decifra-me ou te devoro

Tem coisas que só o TCU é capaz de produzir e os mortais que tratem de entender. Por exemplo, deu para entender que o tribunal acolheu pedido de investigação feito pelo deputado, Evair Vieira de Melo, da Comissão de Fiscalização Financeira e controle da Câmara, sobre um suposto gasto de R$ 197,7 milhões; em contrato para “usar a inteligência artificial para monitorar a popularidade do presidente Lula nas redes sociais”. Só que o tribunal não diz claramente se a denúncia procede ou não, se foi constatado isso ou não e que medidas decidiu tomar. Apenas informa que enviou “cópia da presente deliberação, acompanhada do relatório e do voto que a subsidiam, ao Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados”. Sim, mas e daí?

Tomografia da Telebras

A Telebras anunciou ao mercado ter obtido “resultados expressivos” nos nove primeiros meses de 2025, com “crescimento consistente no balanço de suas receitas e fortalecimento de caixa”. A receita operacional atingiu R$ 330,5 milhões, frente aos R$ 282,8 milhões registrados no mesmo período de 2024. “Esse avanço de 16,9% reflete o aumento da base de clientes e a expansão de contratos firmados com órgãos públicos e parceiros estratégicos”, informa. O caixa da empresa também demonstrou evolução significativa, passando de R$ 303,4 milhões em setembro de 2024 para R$ 339 milhões em setembro de 2025. “Essa melhora reforça o equilíbrio financeiro e a capacidade da Telebras de investir em inovação, infraestrutura e expansão de serviços, mantendo uma gestão responsável e orientada por resultados”, comunica.

Tomografia da Telebras II

De fato, olhando para os números do balanço da estatal, os pontos positivos a serem destacados são:

  • O fato de a receita ter crescido forte no 1.º trimestre de 2025 (45,6%) sugere que a empresa está em trajetória de aceleração de vendas/serviços.
  • A empresa possui papel estratégico de inclusão digital, conexão de governo e regiões remotas — o que lhe confere posição diferenciada no mercado.
  • O plano estratégico 2025-2030 da Telebras sinalizam crescimento em ações voltadas para a inovação, a conectividade e a inclusão digital. A empresa realmente ganhou apoio do Ministério das Comunicações.

Tomografia da Telebras III

Apesar da trajetória positiva, a Telebras não poderá se descuidar e precisa manter sua atenção para algumas questões que, se não forem resolvidas, prejudicarão a empresa lá na frente na hora do governo reavaliar a sua condição de dependência orçamentária:

  • O lucro líquido continua negativo (ao menos no 1.º trimestre) — ou seja, crescimento de receita não significa ainda lucratividade plena.
  • Parte significativa do EBITDA positivo veio de subvenções orçamentárias.
  • A dependência de contratos públicos e programas de governo coloca risco regulatório, de prazo e de repasse orçamentário — sendo relevante para a “independência orçamentária” que a empresa busca.
  • Como estatal, a empresa também enfrenta desafios típicos de governança, escala e eficiência operacional.

*Essas e outras questões ficam para uma entrevista que me foi prometida, mas ainda não marcada, com o presidente da empresa, Leandro Magalhães.

*Bom fim de semana.