Enquanto o governo não define como irá conectar cerca de 20 mil escolas na região amazônica, que não possuem nenhuma infraestrutura de rede de acesso à Internet, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho e a Secretária-Executiva do Ministério da Educação, Izolda Cela, festejam a chegada da Internet em 17 escolas públicas da cidade litorânea de Baía da Traição, na Paraíba. O município já pode se gabar de ter sido o primeiro do país a receber o projeto-piloto do programa “Aprender Conectado” , que conta com recursos do leilão do 5G. Mas também é o primeiro exemplo de como desperdiçar dinheiro público com empresas privadas, mesmo tendo à disposição uma rede estatal para fazer o serviço.
Baía da Traição fica a apenas 82 quilômetros da capital, João Pessoa, por onde passa o backbone da Telebras. Tem 17 escolas públicas e todas estavam desconectadas da Internet. Razão pela qual, acabou escolhida para o primeiro projeto-piloto do governo financiado pelas operadoras móveis que venceram o leilão do 5G. Desde o leilão dessas frequências feito pela Anatel em 2021 o governo federal vem se arrastando para cumprir o previsto em edital de licitação.
As operadoras deveriam destinar R$ 3,1 bilhões em projeto de conectividade das escolas públicas em todo o país. Onde está aplicado o dinheiro? Quanto está rendendo no mercado financeiro? Quanto já aumentou essa conta?
De lá para cá somente 177 escolas foram conectadas nesse projeto-piloto. Mas existe a promessa de que o programa dispare nos próximos meses, para pelo menos conectar 40 mil unidades de ensino que não possuem nenhuma rede de acesso à Internet. Sem contar que deste universo, pelo menos umas quatro mil sequer dispõem de energia elétrica.
Para tanto, o governo criou no ano passado a “Estratégia Nacional de Educação Conectada (Enec)”, que visa justamente acelerar esse processo. O governo afirma ter disponíveis R$ 8 bilhões em recursos orçados no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para garantir o cumprimento da meta de conectar 139 mil escolas públicas ou melhorar a qualidade da rede dispoível. Se chegar nas 40 mil unidades que não tem Internet já será um grande resultado.
Procurei integrantes do governo para entender o motivo da escolha de provedor privado para conectar as escolas e o custo disso, mas não obtive resposta. Segue a vida.