É daquelas coisas que se o blog contasse sem mostrar imagens ninguém acreditaria. Então vamos lá. A primeira “live” da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que hoje (23) serviria como “aula de boas-vindas” do programa “Hacker do Bem” – criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – teve de ser adiada. Motivo: a RNP não dimensionou sua rede de Internet para abrigar tanto aluno interessado.
Mesmo sem as boas-vindas da RNP, os alunos tiveram a sua primeira aula de segurança: um site que está fora do ar não pode ser invadido, não é mesmo?
O problema é que os alunos ficaram irritados com a falta de acesso e de informação sobre o que estava ocorrendo naquele exato momento. E a explicação que veio depois foi pífia. A RNP simplesmente avisou que “Devido ao enorme número de acessos, estamos enfrentando instabilidades na nossa plataforma. Pedimos desculpas pelo ocorrido. Estamos trabalhando para a resolução.“
O programa “Hacker do Bem” não é sequer uma ideia nova. Vem dos tempos do ex-ministro do Governo Dilma, Aloízio Mercadante; hoje presidente do BNDES. Nunca deu certo, mas agora com o prestimoso apoio da RNP e da Softex dizem que dará.
Essas organizações são dois ralos conhecidos que já escoram bilhões de reais em dinheiro público, sem que haja o controle externo de ninguém. Em 2022 o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações renovou um contrato com a RNP para poder desovar R$ 2 bilhões em serviços sob demanda.
O programa “Hacker do Bem” é mais uma iniciativa que o ministério acaba de criar para desovar esse dinheiro para a “organização social sem fins lucrativos”. Outra verba recentemente repassada para a RNP foi a bagatela de R$ 250 milhões oriundos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), para a OS participar de programas de conectividade escolar. Atribuição que não consta em seu contrato de serviços assinado com o MCTI, segundo depoimento de funcionária da pasta em audiência pública na Câmara dos Deputados.
*Segue a caravana.