Coluna de Domingo: petismo explícito

Ninguém aguenta mais o “neopetista” e presidente do Serpro, Alexandre Amorim, dando demonstrações de prestígio político com a cúpula do partido.

Somente na semana passada ele recebeu nas dependências da estatal o deputado Lindbergh Farias, que possivelmente esteve em “missão de representação” em nome da presidente Nacional do PT, Gleisi Hoffmann na visita que fez pela empresa.

Depois, não satisfeito, Amorim foi estar com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Angola.

A ciumeira em outros setores do PT está incontrolável, ao ponto de alguns próceres do partido começarem a questionar se não vale à pena assinar a ficha de filiação em alguma agremiação do Centrão.

*Durma-se com um barulho desses!

Crise bancária

Está dando a maior confusão no setor de TI da Caixa Econômica Federal. Tudo começou quando o banco oficial resolveu realizar uma licitação para contratação de serviços de tecnologia. E deu como vencedora a BBTS Tecnologia, a antiga estatal Cobra Tecnologia, subsidiária do Banco do Brasil. Isso vem mexendo com o ego da turma, pois a CEF irá pagar por serviços prestados a uma empresa do Banco do Brasil. Soa como se o Flamengo fosse contratar um jogador do Vasco, para depois empresta-lo ao Botafogo.

*Deus nos acuda!!!

Estratégia Digital

Deixa eu tentar prestar uma “consultoria” de graça ao Governo Lula, sem que este precise me pagar R$ 20 milhões como fará com o Gartner. Por que o Governo Lula e os governos estaduais e municipais não se reúnem durante uma semana nos próximos meses em Brasília para debater em um grande congresso uma “Estratégia Nacional de Governo Digital”?

Não estou falando de mais um evento de TI. É preciso envolver todos os formuladores de políticas públicas de ministérios e secretarias estaduais e municipais, para que juntos possam conversar sobre as suas reais necessidades no uso da tecnologia e como poderiam atuar conjuntamente para estabelecer uma política pública consistente de Norte a Sul do país.

Essa estratégia não deve ser construída solitariamente por algum burocrata na Secretaria de Governo Digital em Brasília. É preciso ouvir diretamente as necessidades dos gestores públicos estaduais e municipais em diversas áreas como, Saúde, Educação, Agricultura, Segurança Pública, etc?

Quem tem a compreensão do que a Tecnologia da Informação poderá trazer de benefício nos próximos anos para a eficiência da máquina do Estado brasileiro e, por consequência para o cidadão, são eles. E não algum burocrata que entenda de TI.

Velho discurso

Até o fim do ano teremos o lançamento de uma “estratégia nacional” sob a ótica da Secretaria de Governo Digital. Que dificilmente dará uma visão muito clara do conjunto daquilo que pode e precisa ser feito imediatamente no país. Para a criação dessa “estratégia”, está sendo terceirizada para a sociedade o encargo de pensar. Voltamos ao velho papo furado que eu escuto desde 2003 da “construção coletiva, colaborativa, inclusiva e participativa” da população nas ações de governo. Esse discurso já encheu o saco, ninguém da população está preocupada com isso. O que ela quer é bons serviços sendo prestados pelos tomadores de impostos. Portanto, os gestores públicos em qualquer instância federativa têm mais é que trabalhar para a solução dos problemas e justificar os salários que recebem.

Grosseria

Durante um debate sobre digitalização de serviços no SECOP 2023 realizado na sexta-feira em Brasília, o ex-diretor Jurídico do Serpro, André Sucupira, que hoje está no Governo de São Paulo, interrompeu bruscamente a secretária adjunta de Governo Digital, Luanna Roncaratti, no momento em que ela foi chamada a dar a sua contribuição para o debate. Sucupira poderia ter gentilmente esperado a moça falar, para só depois emitir a sua opinião, conforme o previsto no roteiro.

Luanna foi quem teve de esperar pacientemente a “autoridade paulista” falar. Mas quando chegou a sua vez não perdoou. Agradeceu à coordenação do debate por ter restabelecido o direito dela falar.

*Ficou um “climão” depois disso.

Marreta digital

A Proderj está estudando uma maneira de “cobrar” da população pelos serviços digitais que são prestados pelo Estado do Rio de Janeiro. E dentre as propostas destaca-se: obrigar a população sempre que acessar um aplicativo, ter de ver alguma propaganda das ações de governo. Imaginem: o sujeito precisa dos serviços, gasta do seu bolso com o pacote de dados e ainda é obrigado a assistir uma propaganda do governo. É quase uma campanha eleitoral permanente e financiada pelo contribuinte.

Luciana, a candidata

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos admitiu em Recife que está candidata à prefeitura de Olinda nas eleições do ano que vem. Até aí, nada de novo, pois Luciana já foi prefeita, além de presidente do PCdoB. O que salta aos olhos é vê-la falar de eleição municipal e admitir uma candidatura publicamente, quando estamos a um ano do próximo pleito. Fica a indagação: Lula manterá uma ministra, que nos próximos meses só terá olhos para a sua eventual candidatura, num ministério que tem um orçamento R$ 10 bilhões?

AçoDADOS

Agora vai. Já que está uma brigalhada danada por conta de quem tem o direito de proteger os dados do cidadão, decidi criar a “AçoDADOS”. Será uma entidade que terá como função primordial em seu estatuto, criticar antecipadamente toda e qualquer iniciativa da ANPD na regulamentação da LGPD. Mesmo sem saber exatamente o quê eles pretendem fazer. Por exemplo, a “AçoDADOS” não vai esperar pela regulamentação da IA para entrar na Justiça contra ela.

*E teremos o seguinte slogan, caso ele não caia por causa de alguma liminar concedida para essa turma: “A gente pode não saber o motivo de estar batendo, mas eles sabem porque estão apanhando”.