Na sua última live antes de viajar para os EUA, o então presidente Jair Bolsonaro disse que o seu governo foi atacado diariamente pela Imprensa. Foi, mas quem procurou esse relacionamento com os jornalistas foi ele mesmo.
Seu governo assumiu com um discurso de que a Imprensa não o queria no poder, que se não pagasse ela não falaria bem, que trabalhava para a esquerda ou para outros setores políticos que não tinham interesse em dar ao seu governo o direito de apresentar sua verão para os fatos.
Com base nesse pensamento, passou a falar diretamente com os brasileiros, eleitores dele ou não, pelas redes sociais. Criou uma Comunicação paralela, passando as suas ações diretamente ao público, muitas delas distorcendo os fatos com base no seu viés ideológico.
O presidente deu a tônica dessa Comunicação ao criar na porta do Palácio da Alvorada um “cercadinho”, onde jornalistas eram submetidos a constrangimentos diariamente quando queriam lhe entrevistar, ou acompanhar suas declarações para seus apoiadores que diariamente estavam na porta da sua residência oficial
Os jornalistas eram obrigados a dividir o “cercadinho” com os apoiadores do presidente. Era impossível trabalhar na apuração de notícias, sem que esses apoiadores interrompessem constantemente os profissionais da Imprensa. Em muitos casos, não apenas desqualificando o profissional, mas também o ofendendo, intimidando. Ao ponto de jornalistas mulheres terem ido para a Justiça contra o chefe do Executivo por danos morais.
O novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (SECOM), Paulo Pimenta, tomou posse ontem prometendo acabar com o “cercadinho” que somente serviu para desqualificar o trabalho da imprensa e propagar desinformação.
Mas além disso, Pimenta promete melhorar a comunicação do governo com a imprensa, dando amplo acesso aos seus porta-vozes e respondendo às demandas de informações dos jornalistas com transparência. Enfim, quer tornar o governo aberto, acessível para para a opinião pública representada pela Imprensa.
Separei os principais trechos do discurso de Paulo Pimenta sobre o novo papel que a SECOM terá no Governo Lula. Neste vídeo ele fala sobre como será a relação com a Imprensa nacional.
