Brasileiros são os que mais aderem aos bancos digitais

Uma nova pesquisa global da Mambu, empresa de tecnologia bancária na nuvem, pioneira em composable banking, revela que mais da metade (54%) dos brasileiros entre 18 e 35 anos usa um banco digital como sua principal instituição financeira, enquanto os 46% restantes optam por bancos tradicionais.

Os brasileiros são os que mais aderem aos bancos digitais na América Latina. Na região, a grande maioria (83%) opta por instituições tradicionais, com Chile e Peru sendo os países mais fiéis a esses bancos, usados como primeira opção por 97%.

O Brasil também é o único país latino-americano em que os mais jovens fazem mais operações com bancos digitais (73%) do que tradicionais (61%). Na média regional, 76% realizam operações com os bancos tradicionais e só 28% com os digitais.

Os dados da pesquisa mostram, ainda, que os brasileiros de classe social mais baixa são os que mais aderiram aos bancos digitais e impulsionaram os resultados. Entre brasileiros de nível socioeconômico (NSE) mais baixo, quase dois em cada três (61%) usam bancos digitais como sua principal instituição financeira, enquanto os outros 39% ficam nos tradicionais. No nível mais alto, o resultado é praticamente o oposto: 62% usam bancos tradicionais e 38% os digitais.

“O Brasil se tornou uma referência global quando o assunto são as fintechs. O Global Fintech Rankings, também da Mambu, identificou o país como o maior ecossistema de fintechs da América Latina, enquanto São Paulo foi a 4ª maior cidade do mundo no mesmo quesito. Não é diferente com os bancos digitais, que fazem parte desse nicho. Empresas como Nubank, Inter, C6 Bank e Neon, por exemplo, conseguiram compreender as necessidades dos clientes e, com uma forte veia de inovação e tecnologia, cresceram de forma exponencial e ganharam uma grande fatia do mercado, estimulando também a bancarização desse público”, avalia Sergio Costantini, diretor-geral da Mambu no Brasil.

Bancos digitais se destacam pela facilidade, ferramentas digitais e ausência de taxas

O que mais motiva os brasileiros a utilizarem os bancos digitais é a facilidade de começar a usar os serviços, opção assinalada por 35%, seguida pelas opções de ferramentas digitais (15%) e a ausência de taxas de anuidade ou manutenção (12%).

Entre os adeptos dos bancos tradicionais, o maior motivador é a necessidade de abrir uma conta para receber o salário (42%), depois a necessidade de uma conta para guardar dinheiro (13%) e a facilidade de começar a usar os serviços (12%).

“A boa oferta de serviços e produtos digitais aliados à inovação e uma boa interface e design de aplicativos mobile fez os bancos digitais caírem no gosto dos consumidores, principalmente os mais jovens. Para fechar esse gap, os bancos tradicionais precisam rever suas estratégias de digitalização e adotar uma mentalidade de startup, mais focada na inovação e tecnologia para melhorar os serviços e atender as necessidades em constante mudança dos clientes”, avalia Costantini, da Mambu.

Satisfação com os bancos é alta, mas não garante fidelidade

Ao avaliar o nível de satisfação com o aplicativo de sua instituição, 77% dos brasileiros disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Já em relação aos produtos, 70% dizem o mesmo. Se destaca, porém, a maior satisfação dos clientes de bancos digitais: 85% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o aplicativo, 83% com os produtos e 81% com os serviços. Nos bancos tradicionais, as porcentagens são respectivamente menores, de 71%, 56% e 70%.

A pesquisa mostra, contudo, que essa satisfação alta não é garantia de fidelidade. Um a cada três brasileiros dizem que consideram a possibilidade de trocar de banco. Os principais motivos seriam melhores ofertas ou taxas de outros bancos (44%) ou melhores serviços, benefícios e atendimento (13% cada).

“Os jovens de hoje são muito mais habituados ao digital e às novas tecnologias. Eles esperam serviços financeiros com as mesmas facilidades que encontram em outros bens e serviços que consomem. Por isso, as empresas do setor devem priorizar as experiências dos seus clientes, focando em conveniência e digitalização. Do contrário, a tendência é que observem a concorrência ganhando mais espaço”, conclui o executivo da Mambu.

(Imagem extraída do site https://fdr.com.br)