A nova ‘startup’ do Ministério da Agricultura

Certa vez disse que o governo iria substituir contratos com empresas de TI através da criação informal de pequenas ‘startups’, formadas por contratações “temporárias”, que para este governo significa um prazo de até quatro anos. Simplesmente o “mercado” me ignorou, não vi nenhuma manifestação contra ou a favor disso.

O Ministério da Agricultura acaba de ser autorizado pela Secretaria de Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, a constituir informalmente uma pequena startup com 60 especialistas em TI. A justificativa para a contratação dessa mão de obra, que não virá por meio de uma licitação para escolha de uma empresa de TI do mercado, continua sendo a boa e velha “necessidade temporária de excepcional interesse público”.

A ministra Tereza Cristina terá os próximos seis meses para escolher à dedo essa mão de obra informal, com as seguintes especificações técnicas:

O salário dessa turma será definido posteriormente pelo Ministério da Agricultura para atuar no desenvolvimento de atividades em cinco projetos considerados “estratégicos” para a pasta: Governança Fundiária, Autocontrole, ProDefesa, Observatório da Agropecuária Brasileira, Agro Gestão Integrada de Riscos – AGIR.

No Ministério da Economia 300 especialistas já foram escolhidos em processo seletivo simplificado e não se tem a menor ideia do que fazem para o governo, além das competências pelas quais foram contratados. Na época cheguei a afirmar que, pela quantidade, a Secretaria de Governo Digital tinha criado uma nova empresa estatal temporária.

Continuem agora me ignorando.

Estou adorando assistir duas coisas: 1 – não são as estatais que estão roubando contratos de vocês e 2 – a “TI temporária do governo” começará a ser formada pelos trabalhadores que sairão das suas empresas.

*Ou vocês acham que essa turma brota em árvore?