Na era do “5G Ferrari”, governo mostra a velocidade das escolas públicas: 6Mbps

Em audiência realizada hoje (15) na Câmara dos Deputados, o diretor do Departamento de Aprimoramento do Ambiente de Investimentos em Telecomunicações, do Ministério das Comunicações, Pedro Lucas Araujo, levou os dados mais recentes sobre a conectividade nas escolas.

A audiência pública foi realizada pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados, comandado pela deputada Angela Amim (PP-SC), e teve como tema: “Políticas Públicas Federais em Andamento sobre Tecnologia na Educação”.

Segundo o diretor do MCom, do total de 84,7 mil escolas públicas do ensino básico, 69,7 mil estão conectadas pelo Ministério das Comunicações. Porém, ao analisar as velocidades oferecidas pelas teles desde 2008, quando o governo fechou acordos com as empresas para assegurar a universalização da conectividade das escolas públicas, verifica-se que essas conexões são pífias.

Por acordo, elas teriam de oferecer pelo menos 2Mbps de velocidade e mantiveram essa conexão até os dias de hoje. Em média, as velocidades de conexão com a Internet nas escolas públicas não passam de 6,1 Mbps. Isso, por si só, já explica o fracasso da atividade escolar ao longo do confinamento ocasionado pela pandemia do Coronavírus.

Se nas escolas públicas a situação é precária, o que dizer das 52,1 mil escolas rurais conectadas pelas teles como cumprimento de metas de universalização, cuja velocidade média é de 2Mbps?

Coube ao funcionário representar Fabio Faria na audiência Pública, que estava muito ocupado para comparecer, já que estava “tuitando” e respondendo às postagens do presidente Bolsonaro. Assistam a parte da apresentação que mostra o desastre da conectividade escolar.

A apresentação do diretor do Departamento de Aprimoramento do Ambiente de Investimentos em Telecomunicações, do Ministério das Comunicações, Pedro Lucas Araujo, acabou recebendo críticas da presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, deputada Professora Dorinha, que vem tentando convencer o governo a usar parte dos recursos do leilão do 5G para conectar as escolas com uma banda larga decente.

A audiência pública, ocorrida pela manhã, deveria ter contado com a presença do ministro das Comunicações, Fabio Faria. Mas ele estava ocupado demais para debater a questão no Congresso Nacional. No mesmo momento Fabio Faria praticava o seu esporte predileto: bajular o presidente Bolsonaro.

Em tempo: os números de conexões do Wi-Fi Brasil apresentados pelo presidente e festejados pelo ministro hoje pela amanhã, em sua maioria foram realizações dos Governos Lula, Dilma e Temer.

*Com apenas 365 dias Faria mal pode reduzir a sigla do ministério de “Minicom” para “MCom”. Mas tenham fé, porque nesta quarta-feira (16) hoje ele estará em Mossoró, no Rio Grande do Norte, fazendo campanha política para o Senado. Vai entregar conexões do programa Wi-Fi Brasil.