A ideia de alugar um novo prédio para ser a sede do Serpro e colocar o antigo à venda terá alguns probleminhas para a direção da estatal explicar no futuro.
Por duas razões: 1 – vai ser difícil alugar um dentro das exigências que a direção quer e, 2 – vender a velha sede será outro problema, pois há nítida falta de comprador para um imóvel deste tamanho.
Então, é de se perguntar qual a “economicidade” que a direção espera obter com essa ação?
Eles alegam que vão reduzir uns 30% dos seus custos ao se livrarem deste encargo. Mas não correm o risco de ter de arcar com os custos de dois prédios simultaneamente? Já que será difícil vender a atual sede, que é “velha”?
Fiz uma pesquisinha básica, não mergulhei no assunto. E consegui, no barato, uma lista de 23 prédios que poderiam servir de “nova sede” para o Serpro. Todos estão encalhados, esperando que alguém que os alugue ou compre. Detalhe: essa pesquisa foi feita em apenas uma imobiliária, que me pareceu ser expert no assunto.
Gente especializada com quem conversei no mercado imobiliário de Brasília, com a condição do anonimato, me disse que a ideia é boa, mas o momento é ruim. Segundo esta pessoa, muitos órgãos estão optando por mudar de prédio e alugando com um custo menor novos empreendimentos imobiliários, mais modernos e com menos custos de manutenção.
Ou seja, a ideia não é má, mas tem alguns poréns. Ocorre que, segundo essa mesma fonte, o mercado era bom para alugar e vender até o Governo Lula, quando explodiram as obras em Brasília de novos prédios corporativos. De lá para cá o mercado encolheu e, quem construiu, agora luta para viabilizar a venda ou aluguel desses prédios.
Então fica a indagação, de que adianta alugar algum prédio novo, economizar uns 30% dos custos operacionais e manutenção, se não conseguirá vender para terceiros o atual e terá de mantê-lo convidativo para alguém comprar, sabe-se lá quando?
Experiências ruins nessa direção não faltam. Por exemplo, está em oferta de aluguel esse prédio, que já foi sede da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional:
*Com a palavra, Caio Mario Paes de Andrade. Presidente do Serpro.