Eu não consegui dormir ontem, pensando em como a Telefônica foi capaz de dar uma “voadora” nas três maiores revendas Microsoft do setor público, num pregão eletrônico realizado pela Dataprev já no apagar das luzes de fim de ano, detonando com os sonhos de um Natal gordo para essa pobre gente.
Isso é coisa de gênio!
A Telefônica barrar num pregão três revendas e ganhar um contrato numa estatal para fornecer “licenças de direitos permanentes de uso de Software para Servidor”, da Microsoft, é algo imperdoável.
Se eu fosse dono de uma dessas revendas mandava a equipe que participou do pregão cometer Seppuku na Avenida Paulista, em frente à sede da Fiesp. E dava o troco, participando dos futuros pregões para prestação de serviços de voz, dados e imagens.
A poderosa “presidenta” Christiane Edington – ex-CIO da Telefônica – é, de fato, uma quebradora de paradigmas. Não é todo mundo que consegue fazer com que uma empresa – que eu não sei o que ainda está fazendo na área de telefonia – baixe o seu preço inicial do pregão no valor de R$ 107,2 milhões e chegue a um preço final de R$ 26,8 milhões para a venda de solução Microsoft.
Onde está Paulo Guedes, que ainda não descobriu no terceiro escalão do seu ministério essa executiva versada em redução de custos de estatais?
Mas o que me tira o sono mesmo é saber que a Telefônica zerou a sua margem de lucro nessa transação comercial – ao desbancar esses “tubarões” da Microsoft em favor do Brasil – porque certamente espera ganhar alguma compensação da Dataprev.
E o que poderia ser essa compensação?
Bom, não dá para cravar com cem por cento de certeza, mas as más línguas deduzem que a Telefônica, lá na frente, espera retornar esse “investimento” que fez com a Microsoft, quando levar o futuro contrato que a Dataprev anunciou que pretende comprar e já colocou em “consulta pública”, sobre aquisição de Solução de Comunicação Unificada.
*Vamos sentar com o saco de pipocas no colo e aguardar os próximos capítulos dessa série, que mereciam estar no Netflix.