Me desculpem pelo linguajar chulo, mas o que são palavras chulas num governo em que “gurus” usam termos e palavreados fora dos padrões convencionais?
Mas vamos ao que realmente interessa.
Incrível como as coisas acontecem numa velocidade extraordinária dentro desse governo, sem que ninguém pare para indagar ou questionar se a forma como acontecem está correta: reuniões a portas fechadas, pequenos comitês debatendo políticas de governo e nenhuma informação pública disponível.
Sob a bandeira da “transformação digital”, empresas estatais, que juntas são as maiores empresas de informática pública da América Latina, decidiram se amparar numa legislação que as desobriga de licitar, de informar contratos de parceria e, pior: de escolherem por meio de concorrência e a seu bel prazer, quem serão os futuros “parceiros” e aqueles que serão tratados como “concorrentes”, e não pisarão em suas dependências nos próximos anos.
Tudo com o silencioso e obsequioso consentimento dos organismos de controle.
Por exemplo, agora Microsoft está atrás do “benchmarking sobre gestão de redes sociais” do Serpro.
Hoje a agenda do presidente da estatal prevê mais uma reunião com a multinacional, desta vez para tratar desse assunto. Pergunto: quantas vezes a Microsoft já esteve dentro do Serpro em reuniões e audiências fechadas?
Lamentavelmente fico devendo essa informação, pois a agenda do Serpro não tem um dispositivo para guarda de informações de agendas anteriores. Pelo menos não vi onde se encontra tal informação.
E tem sido recorrente esses encontros. Tanto no Serpro, quanto na Dataprev.
Outro dia mesmo (26) a Microsoft estava presente numa reunião para discutir “transformação digital”. Mesmo encontro em que outro grande parceirão, o Google, estava presente.
A novidade nesse encontro foi a presença da Apple. Mas como outros fabricantes de smartphones não se queixam de levarem uma banda nessas reuniões, por que eu vou me dar ao trabalho de ficar aqui diariamente mostrando isso para eles?
Essa é a última agenda que cito. Não vou ficar pentelhando a vida de ninguém com informações que, ao que parece, todos consideram serem “irrelevantes”.
Deixa o tempo andar. Lá na frente me reservarei no direito de comentar que não faltou aviso, se der alguma confusão por conta dessa promiscuidade entre o público e o privado dentro dessas empresas estatais.
*Mas podem escrever de antemão: vai dar merda. Na segunda eu volto. Abraços.