O argumento apresentado pelo presidente do Serpro, Gileno Barreto, em videoconferência, é um tanto peculiar. Segundo ele, todos os funcionários devem voltar ao trabalho presencial em agosto, de forma escalonada, para terem a oportunidade de avaliar consigo mesmo, se querem realmente retornar ao trabalho remoto.
Na avaliação de Gileno, durante anos os funcionários trabalharam nas instalações da empresa. Experimentaram agora o isolamento social devido a uma pandemia. Então, segundo ele, seria conveniente que todos voltem a se arriscar dentro da empresa, pois a pandemia não acabou, para avaliar se preferem ficar em casa prestando o serviço.
Mas isso não é garantia de que todos poderão voltar às atividades remotas. A direção do Serpro estima que apenas três mil tenham os requisitos necessários para isso. E caberá ao Superintendente da área consentir ou não. O que significa que, aquele que não gozar da “amizade do chefete”, não terá a palavra final favorável ao seu pleito.
A videoconferência entre a direção do Serpro e os trabalhadores traz ainda algumas informações interessantes. Por exemplo, depois de um ano e quatro meses de trabalho remoto, somente agora o Serpro decidiu que precisa investir nos funcionários que irão continuar prestando serviços a distância. Serão adquiridos notebooks e soluções de segurança de redes para esses trabalhadores. O Serpro calcula um gasto em torno de R$ 26 milhões, mas somente com as máquinas.
Na reunião informações importantes, que deveriam constar de um plano de avaliação de futuras atividades remotas não foi mencionado. Por exemplo, quanto o Serpro economizou com os trabalhadores, já que não gastou nada da sua infraestrutura durante o isolamento social?
É de se perguntar como o Serpro sobreviveu a um ano e meio de teletrabalho, se não tem nenhuma avaliação pronta para dar andamento nessa atividade na empresa. Que aliás, não tem prazo para ser implantado.
Assistam a apresentação do plano de trabalho remoto que o Serpro apresentou em videoconferência. Uma verdadeira aula de “RH”.