Começou a circular hoje nas redes e grupos internos de discussão do Serpro – as quais infelizmente não faço parte de nenhuma, mas sei que são divertidas – uma “Carta Aberta ao Diretor Presidente do Serpro”.
Que parece não ser tão “aberta” assim.
A tal carta era endereçada ao Caio Mário Paes de Andrade, o atual presidente do Serpro, com cópia para uma penca de diretores e funcionários do alto escalão serpriano, entre eles, o bom velhinho Wilson Coury. A tal missiva eletrônica em formado PDF foi encaminhada até para o Ministério da Economia, para Luis Felipe Salim Monteiro, que vem a ser o secretário de Governo Digital.
Mas morria aí, não foi divulgada publicamente pelo autor, o funcionário do Serpro João Carlos Strappazzon, o mesmo que nas horas vagas, quando não está aporrinhando a paciência de jornalistas nos e-mails, trabalha na estatal.
O teor da carta se lido nas entrelinhas revela que Strappazzon, que passou anos criticando publicamente o PT, continua achando que o PT governou o Serpro até dezembro de 2018. Simplesmente parece que ele não viu passar os dois anos de Governo Temer.
Como eu nunca fui informado que Strappazzon esteve em coma profundo nesse período e só acordou agora em plena era da Bolsolândia, creio que esse tipo de miopia política já está virando tradição entre os críticos do PT.
Acho até que no caso do Strappazzon, a carta nos serve para atestar que ele não estava em coma. Pelo menos não no dia da votação para presidente, quando ele praticamente confessa ou induz o leitor a acreditar, que ele votou de olhinhos fechados em Bolsonaro.
O teor inteiro não vou revelar aqui, espera que ele vai aparecer para você. Basta que grite: “Quero ver a strapalhada do Strappazzon”. Mas dá para deduzir que uma boa parte do texto é um “Ctrl C/ Crtl V” bem básico, de algum documento ou texto de alguém que escreveu para ele.
Mas dois pequenos trechinhos merecem destaque, pelo inusitado da informação que eles contém:
1 – Um Bolsominion convicto…
“No SERPRO, muitos empregados fizeram campanha aberta e explícita para o BOLSONARO, na esperança de haver mudanças reais, promovendo assim a anunciada e tão desejada DESPETIZAÇÃO da empresa, tendo em vista os mais de 13 anos de má gestão, além das ilegalidades e imoralidades que perduraram durante este período nesta importante empresa pública federal, o que culminou numa situação de penúria tecnológica e de capital humano oprimido e extremamente desmotivado”.
2 – Que virou um Bolsominion arrependido.
“Ocorre que, para a nossa ingrata surpresa, a estrutura de chefias da empresa vem se mantendo a mesma, com as mesmíssimas pessoas pertencentes aos ideais políticos da gestão anterior e que dominam o terceiro andar da sede, há décadas, com a clara e única intenção de beneficiar este grupo, se perpetuando assim no poder e no seu entorno”.
*Essa segunda parte cai como uma luva aos ex-diretores de Glória Guimarães, que agora já pularam o muro da Bolsolândia. Não queria estar na pele do Strappazzon. (hahahaha)