Enfim, Fabio Faria deixou o Twitter de lado e agiu como ministro das Comunicações. Numa audiência pública conjunta de quatro comissões da Câmara dos Deputados, explicou o suposto acordo do governo Brasileiro com a Starlink para conexão via satélite da Amazônia. Rebateu as acusações da oposição de estar fazendo “lobby” para o empresário Elon Musk, por ter pressionado a Anatel a liberar a autorização para a empresa operar satélite na órbita brasileira. Neste ponto Faria incendiou o próprio governo, ao esclarecer que agiu para evitar um outro suposto “lobby” promovido pela Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, e Inovações.
A audiência pública com o ministro foi bem quente e ocorreu na quarta-feira (15) e teve a participação de deputados das comissões de Ciência e Tecnologia; de Fiscalização Financeira e Controle; de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia. Faria chegou a abrir mão de parte do seu tempo de apresentação para responder às perguntas da oposição, a quem ele deu preferência no embate.
O ministro Fabio Faria afirma que só interferiu no processo de liberação das autorizações para empresas explorarem satélite na órbita brasileira, decisão que fica à cargo da Anatel, porque descobriu que a agência reguladora vinculada ao seu ministério estava sendo obrigada a aguardar autorização da Agência Espacial Brasileira (AEB) para tomar uma decisão.
E que depois de destravar esse processo, simplesmente mandando a Anatel ignorar a AEB, o mercado ganhou novas competidoras além da Starlink de Elon Musk. Neste ponto ele insinuou que a demora das autorizações pela AEB impediam o Brasil de ter mais concorrência no mercado, reduzindo preços na oferta de serviços de banda larga via satélite no país.