Saiu hoje (13) no Diário Oficial da União, um “primeiro aditivo” ao contrato que o Serpro mantém com o Google, que indica claramente a opção da estatal pela plataforma desta big tech, em detrimento dos contratos que mantém com outras empresas. Também levanta dúvidas sobre como o governo fala em “nuvem soberana”, se fecha um contrato com uma mutinacional norte-americana. Afora essas questões, os números apresentados pela empresa no extrato publicado hoje não batem e mereciam uma investigação por parte dos organismos de controle.
De acordo com o extrato, o Serpro informa que pagará em 10 anos (até julho de 2034) pelos serviços Google, um total de R$ 367,5 milhões. Porém, em seguida fala que o valor anual deste contrato será de R$ 73,5 milhões, a depender da demanda.
Como?
Se o custo anual que está sendo estimado pela empresa for de R$ 73,5 milhões, considerando uma super demanda dos órgãos públicos pela multicloud da estatal, coisa que não é verdade, então ao cabo de 10 anos o Serpro terá pago para o Google a bagatela de R$ 735 milhões. E não o valor total registrado no extrato desse “primeiro aditivo”.
Resta saber se o Conselho de Administração aprovou essa conta, com a anuência do Conselho Fiscal.
*Essa diretoria do Serpro já merecia um passeio de camburão.
