Semana das Comunicações entra na agenda ideológica de Bolsonaro contra a China

Ao discursar hoje (05), na solenidade de abertura da semana das Comunicações, realizada no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro voltou a relacionar a pandemia do Coronavírus com guerra biológica.

O presidente tratou da questão, misturando um evento que deveria abordar tecnologia 5G e Internet, e a questão da liberdade de expressão defendida pelo governo para divulgar sua versão de tratamento precoce ao Coronavírus nas redes sociais.

Sem citar nominalmente a China, dirigiu o seu discurso contra o maior parceiro comercial do Brasil, que não por acaso tem uma das gigantes na fabricação de equipamentos de telecomunicações interessada em fornecer infraestrutura 5G no país: a Huawei.

Foi a segunda solenidade que Bolsonaro participou em que ele mais uma vez sinaliza o interesse do governo em excluir a fabricante chinesa como fornecedora de infraestrutura de rede 5G.

Na primeira oportunidade Bolsonaro fez uma videoconferência com o ministro das Comunicações, Fabio Faria, na sede brasileira da Nokia, que é fabricante 5G. E contou com o sinal da VIVO. Desta vez o fabricante foi a Ericsson e a empresa foi a TIM. Registre-se que a operadora móvel italiana foi a única a defender claramente o 5G standalone, durante a fase de discussão do edital de leilão das frequências na Anatel.

A exposição dos fabricantes prevista para ocorrer na Semana das Comunicações no Palácio do Planalto acabou não ocorrendo. Justamente por conta de um suposto veto à presença da Huawei denunciado pelo portal Poder360. A exposição acabou sendo transferida para o salão negro do Congresso Nacional.