Adoro quando vejo empresas de coleguinhas se vangloriando de serem os melhores “nativos digitais”, por conta de uma audiência que não pode ser comparada com os verdadeiros veículos de comunicação criados nos primórdios da Internet Brasil, só que atuam num mercado segmentado que não é visível para os auditores de mídia eletrônica.
A própria definição de “nativo digital” nem lhes cabe. Foi usurpada daqueles que realmente nasceram ou migraram para o digital, numa época em que o conteúdo jornalístico ainda apostava no impresso.
Os verdadeiros “nativos digitais” são os sites “Convergência Digital” (criado em 2005), Teletime, TeleSintese, Baguete, Computerworld (em operação na Internet desde o ano 2000, vendido agora para a IT Forum), entre outros que a minha memória já anda falhando. Tiveram a coragem com uma internet discada fora dos grandes centros e péssima latência, produzir conteúdo digital nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicações.
Foram os precursores de uma nova era que agora lhes nega o seu espaço na História. Agora a ditadura mercadológica dos “likes” possibilita até aos “novos entrantes” se arvorarem no direito de anular a existência deles no jornalismo digital no Brasil.
Mas eles ainda teimam em sobreviver, estão aí, produzindo seu conteúdo segmentado, num setor onde os atuais “nativos digitais”, quando chegam, pedem socorro para conseguir entender o que se passa com as Telecomunicações e a Tecnologia da Informação no Brasil.
Quem inventou essa de “nativo digital” fingindo não olhar para esses veículos, que lutam num mercado editorial ainda em busca de publicidade, ou é um ignorante ou também já vendeu sua consciência jornalística. Esses sites seguem em frente, insistem em sobreviver sem apoio de fundos de investimento interessados em vender a sua versão de notícia para auferir lucros na outra ponta.
*Como não conseguiram matá-los financeiramente, tentam agora apagá-los da História da Internet brasileira.