Queima de biografias na Internet

Longe de mim querer ensinar Marketing para empresários e executivos de empresas ou mesmo os profissionais do setor. Mas acho que tem ocorrido coisas nas redes sociais que merecem alguma reflexão. Hoje o assunto que está começando a “bombar” nas redes sociais é a declaração da diretora de responsabilidade social do Flamengo Angela Machado, que fez duros ataques aos nordestinos em postagem no Instagram. Tudo por conta dos resultados das eleições.

É impressionante a falta de sensibilidade política, empresarial, até mesmo social, de algumas pessoas que buscam rede sociais para destilar todo tipo de sentimento ruim. Neste caso, Angela atacou os seus próprios torcedores. Ou será que ela acredita que o Flamengo não tem torcedor no Nordeste?

Não está em questão aqui se o Flamengo apoia ou não Bolsonaro ou Lula. Nem tampouco acreditaria que alguém deixaria de ser flamenguista por causa disso.

Mas será que um futuro patrocinador irá querer vincular a sua marca com a imagem de um clube que tenha esse tipo de comportamento preconceituoso em rede?

O Fluminense, time que eu torço, construiu sua imagem de vencedor com diversos campeonatos. Mas nunca conseguiu apagar da sua História o fato de que, por um breve período, foi um clube racista. Ao ponto de ter gerado justamente a criação do Flamengo, assim como parte do Vasco da Gama.

Independentemente de apoiar Lula ou Bolsonaro, todo empresário precisa ter em mente que, vendendo ou não para governos, o sucesso ou o fracasso da companhia dependerá de uma série de fatores políticos e econômicos. Torcer numa eleição pelo candidato de sua preferência é do jogo político. Ultrapassar esse limite para ofender o eleitor adversário pela derrota do seu candidato é marcar um gol contra um potencial consumidor no futuro.
Todo empresário e colaborador precisam entender que não existe a desvinculação numa rede social do seu perfil particular com o profissional.

O caráter de todos será julgado nas redes pela soma das qualidades e defeitos que mostrarmos diariamente. Não adianta se apresentar no LinkedIn como um profissional bem sucedido, preparado e no Instagram um ser humano desprezível, alguém que deixe margem para dúvidas sobre como seria a convivência num ambiente de trabalho.
Não estou propondo censura de ninguém, muito menos que alguém seja obrigado a deixar as redes sociais para não ferir suscetibilidades com o “patrão”.

Debate político sempre será bom; as pessoas precisam se envolver mais na discussão sobre os rumos que o país deve tomar. Quanto mais debate, menos “Centrão”.

O que estou falando é que as empresas precisam canalizar parte do seu esforço, investimento e tempo na gestão da imagem de seus colaboradores, na orientação para o pantanoso ambiente digital.
A rede pune. Não adianta depois dizer “quem me conhece sabe que não sou assim”, porque o estrago já foi feito.
Perder um bom profissional por causa disso também custa caro.
(perdoem os errinhos)