Por Denis Furtado* – Você já parou para pensar nos bastidores da revolução digital na educação? Por trás da promessa de acesso mais amplo ao conhecimento, existe um perigo crescente que ameaça escolas e universidades, independentemente do tamanho: os ataques cibernéticos.
A pandemia forçou também o sistema educacional a passar por uma rápida transformação digital. Todos tiveram que se adaptar ao ensino à distância e utilizar diversas ferramentas online para manter os alunos ocupados. Embora estas tecnologias digitais proporcionem novos caminhos para a aprendizagem, também abriram a porta para questões de segurança cibernética.
A sensibilidade dos dados e das informações pessoais mantidas pelas instituições de ensino torna-as alvos valiosos para ataques de ransomware e violações de dados. Muitas escolas não priorizaram ferramentas de segurança cibernética ou treinamento de conscientização, ao contrário das grandes empresas. Além disso, é fácil para os cibercriminosos atacarem crianças que não estão conscientes dos perigos da Internet.
Nos últimos anos, testemunhamos uma série de incidentes no Brasil e nos Estados Unidos. Alguns exemplos foram os ataques de ransomware à Universidade Federal do Piauí (UFPI) e à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Isso sem falar da triste história do Instituto de Ensino Lincoln College, que encerrou mais de 180 anos de atividades após um golpe digital.
Este ano, hackers atacaram o distrito escolar de Minneapolis. Além de roubar informações sensíveis dos professores, muitos arquivos continham registros de crianças identificadas por nome, data de nascimento e endereço. Os arquivos detalhavam medicamentos, problemas comportamentais e o mais grave, incidentes de abuso sexual por parte de professores ou outros estudantes.
Em 2023, os pagamentos de resgate de ransomware em criptomoedas ultrapassaram a marca de US$ 1,1 bilhão, segundo um relatório da Chainalysis. E olha que o custo médio de um ataque do tipo no setor educacional é estimado em US$ 100 mil.
Diante desse cenário sombrio, não podemos ficar de braços cruzados. As instituições de ensino precisam agir agora para proteger seus sistemas. E isso não é tarefa só para os especialistas em TI. Todos na comunidade escolar têm um papel a desempenhar na proteção dos dados. Mas como é possível se proteger contra esses ataques? A resposta está na implementação de medidas robustas de segurança cibernética:
- Soluções antivírus e EDR de última geração: o antivírus de próxima geração, que usa análise comportamental e algoritmos de aprendizado de máquina para identificar malware, adicionado às soluções de detecção e resposta de dispositivo final (EDR), permite a detecção e o bloqueio de malware de forma proativa.
- Firewall: firewalls robustos ajudam a proteger as redes contra acesso não autorizado e evitam violações de dados.
- Filtragem DNS: a implementação de um filtro DNS permite bloquear o acesso a sites maliciosos e prevenir infecções por malware.
- Lista de permissões: limitar o software e os aplicativos que podem ser executados nos sistemas escolares reduz o risco de infiltração de malware.
- Sistemas de proteção: configurar sistemas com a segurança em mente ajuda a minimizar as superfícies de ataque e os torna menos suscetíveis a explorações.
Proteger o futuro da educação requer um compromisso com a proteção dos sistemas cibernéticos contra ameaças cada vez mais sofisticadas. É hora de agir. Juntos, podemos garantir um ambiente seguro e propício para o aprendizado e o crescimento contínuo dos nossos alunos. E isso é o que realmente importa!
*Denis Furtado é engenheiro de sistemas e diretor da Smart Solutions, distribuidora brasileira de solução antifraude e de cibersegurança. Mais informações em: Link