O ex-Secretário-Executivo do Ministério das Comunicações na gestão do ministro Hélio Costa e atual Superintendente de Controle de Obrigações da Anatel, Roberto Pinto Martins, está exultante.
Descobriu que o seu plano de banda larga denominado “Brasil em Alta Velocidade”, criado para atender ao ex-ministro Hélio Costa, que desejava barrar a proposta de recriação da Telebras, foi usado pelo Cespe no concurso da Cãmara dos Deputados para contratação de analistas de Telecomunicações.
O plano nunca saiu do papel e foi rejeitado pelo presidente Lula no apagar das luzes do seu governo. A intenção deste plano era barrar uma iniciativa de integrantes do PT de reativar a Telebras, para prover a banda larga em locais onde as teles não desejavam atuar por razões econômicas.
O plano de Roberto Martins consistia justamente em subsidiar as empresas de telefonia, para que elas levassem a sua rede para os locais remotos. Lula, por aconselhamento dos seus pares, nem tocou no plano, que foi direto para a gaveta. Sequer foi apreciado por ele numa das últimas reuniões do seu governo que bateu o martelo pela recriação da Telebras.
Os anos se passaram, o plano foi esquecido em alguma gaveta do ministério. Lula entregou o governo para Dilma Rousseff, que simplesmente escanteou a Telebras na missão inicial de prover a banda larga nas áreas carentes de acesso.
A estatal virou provedora de backbone para que outras empresas privadas pudessem garantir a última milha, inclusive as teles.
A Telebras cedeu lugar para o PNBL – Plano Nacional de Banda Larga, na gestão Paulo Bernardo, no Ministério das Comunicações. Este é o plano em vigor, montado com o apoio das teles, que tem procurado levar a Internet para todo o país.
* Mas para o Cespe/UnB, parece que ainda estamos vivendo na era Lula da Silva. Assim mesmo, fora do cenário ideal de projeto de universalização da Internet que o governo dele desejava para o país.