Pirataria, roubo e empresas sem registro dominam metade das redes de telecom do país

A presidente da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra), Vivien Suruagy, disse hoje (28) no Painel Telebrasil, que metade das redes de telecomunicações do país pode estar em risco de futuras ações do crime cibernético. Pois teriam sido instaladas por empresas sem registro na Anatel, sem qualificação técnica comprovada e sob suspeita de terem usado equipamentos de procedência duvidosa.

Segundo ela, essa expansão das redes de telecomunicações tem sido feita por novos entrantes no mercado, através da contratação de empresas de instalação de equipamentos e infraestrutura, que não estão credenciadas junto ao regulador do mercado e sujeitas à legislação vigente.

No caso dos equipamentos, já existem suspeitas de que muitos foram roubados nas redes de telecomunicações das grandes operadoras brasileiras (cabos de fibra óptica e de conexão) e estão sendo revendidos num mercado paralelo, para as empresas não registradas ou controladas pelo poder público.

As empresas vítimas dessa máfia já estão sendo obrigadas a provisionar o prejuízo de bilhões de reais em seus balanços financeiros.

A presidente da Feninfra disse que não se tem sequer um levantamento (apenas estimativas) de quantas empresas sem nenhum registro ou controle estariam operando no mercado de serviços de infraestrutura de rede de telecomunicações e quantas usam efetivamente equipamentos homologados pela Anatel.

“Há possibilidade séria de interferência na rede”, declarou a presidente da Feninfra. O problema pode até acabar transferido para o setor elétrico em função dos contratos de compartilhamento de infraestrutura de redes entre os dois setores. O que amplia ainda mais o risco de ações criminosas.

Vivien deixou claro temer que isso se agrave ainda mais com a chegada da rede 5G, na última milha.