O Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), lançou a campanha “O Contrabando Rouba o Futuro dos Brasileiros ” e traz números alarmantes sobre o quanto o país vem perdendo com o mercado de produtos ilegais.
Balanço anual divulgado pelo FNCP indica que o prejuízo econômico resultante desse avanço dos produtos ilegais – considerando as perdas dos setores produtivos e de arrecadação de impostos – cresceu 191% no curto período de sete anos. Significa que o prejuízo com a pirataria saltou de R$ 100 bilhões em 2014, para R$ 288 bilhões em 2020.
Somente no ano passado a perda estimada no setor de software, por exemplo, foi de R$ 7,5 bilhões. Os outros setores também amargaram prejuízos significativos em 2020:
“A campanha vem para conscientizar as pessoas do impacto do comércio ilegal. A solução para o contrabando deve envolver medidas que afetem a demanda, reduzindo a vantagem que o produto ilícito tem sobre o produto legal em termos de preço. E a oferta, com a repressão aos contrabandistas e sonegadores também é importante, mas sozinha ela não conseguirá resolver o problema em um longo prazo. Ainda é importante trazer o cidadão para uma postura ativa de ajudar a combater o problema”, afirma Edson Vismona, presidente do FNCP.
Durante a campanha, a atenção da sociedade será direcionada às estatísticas das perdas econômicas e sociais provocadas pelo mercado de produtos ilegais.
Perda de empregos formais
Estudo da consultoria da Oxford Economics mostra que a criação de empregos formais é outra consequência negativa do avanço da entrada de produtos contrabandeados no país. Diminui a oferta de vagas para profissionais qualificados e, com isso, ainda prejudica a ascensão social da população.
“Empregos que poderiam ter contratado brasileiros para produção local”, afirma Vismona. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relativos ao primeiro trimestre de 2021 indicam que 14,8 milhões de pessoas estão em busca de recolocação profissional no Brasil.
Segurança pública
Violência e produtos proibidos no Brasil também são estimulados e acabam por “pegar carona” nas rotas de contrabando. Esse impacto negativo afeta não só as cidades que fazem fronteira com outros países – principalmente o Paraguai, que mantém um fluxo intenso de mercadorias que serão vendidas em diversos estados da federação sem pagar impostos – sendo certo que o lucro do contrabando financia organizações criminosas.
Outro efeito perverso do mercado clandestino é o de estimular a corrupção no setor público, pois existe por vezes a conivência de estruturas policiais e de segurança de fronteira que são cúmplices ou aliadas dos criminosos, relaxando propositalmente a fiscalização. “O país perde, a sociedade sofre com o avanço da criminalidade e o crime organizado se fortalece”, lamenta Vismona.
Para saber mais e participar dessa iniciativa, acesse: https://www.contrabandonao.com.br