Nunca tinha me metido antes nessa questão, mas quem me perguntava durante a campanha presidencial eu sempre dizia: Marina Silva não é santa.
Hoje leio na folha o seguinte:
“O PV registrou na noite desta quinta-feira (12), na Câmara Federal, nota de desagravo à ex-senadora Marina Silva. No comunicado, o partido de Marina afirma que o Deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), fez uma acusação caluniosa e injusta ex-ministra do Meio Ambiente”.
Pois afirmo: O deputado Aldo Rebelo não fez nenhuma acusação injusta e nem caluniosa contra a ex-senadora e ex-ministra.
Houve, sim, um caso rumoroso contra a gestão de Marina no Ministério do Meio Ambiente.
Toras de Mogno que tinham sido apreendidas pelo IBAMA foram doadas para a ONG “FASE” sem licitação ou qualquer tipo de oferta pública para outras entidades ambientalistas. Essa ONG na época tinha sede no Rio de Janeiro, mas operava na Amazônia.
O TCU julgou o caso, mas não puniu ninguém. Entretanto, determinou que o IBAMA acabasse com esse tipo de doação. Só poderia se desfazer de madeira apreendida por meio de licitações.
Na época, Marina Silva distribuiu nota se dizendo inocentada no caso (Marina ou o IBAMA. O tempo me fez esquecer os detalhes do episódio).
Resultado prático: Toneladas de toras de Mogno saíram do país, foram doadas para uma ONG, que as revendeu no exterior e embolsou o dinheiro. Ninguém devolveu dinheiro e o TCU só mandou o IBAMA não fazer mais isso.
Ninguém se interessou pelo episódio na época. Afinal, Marina Silva é e sempre foi um “ícone mundial e político”, desprovida de qualquer pecado. E a regra em Brasília é: “Não se bate em “ídolos”, enquanto eles não caírem em desgraça política”.
Entretanto, isso não atenua o fato de que Aldo Rebelo prevaricou, ao afirmar que protegeu o marido da ex-senadora nesse escândalo quando estava no governo. Agora está explicada a pífia decisão do TCU nesse episódio, que detectou um crime, mas não puniu ninguém.
Teria sido, então, a “mão” de Aldo Rebelo, que abrandou o TCU?
* Publiquei sozinho esse escândalo no Jornal do Brasil. Meus colegas na época simplesmente fecharam os olhos para os “pecados” de Marina.