Estatal tem sido ignorada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicações, ao ponto de autoridades falarem do uso do satélite geoestacionário da empresa para conectar unidades de saúde em áreas remotas sem sequer citá-la.
A Telebras foi fundamental com o seu backbone que atravessa do Sul ao Norte do país durante a Copa do Mundo de 2014, quando deu suporte de rede para as Teles garantirem conectividade nos principais estádios de futebol. Mas de lá para cá, com a chegada do Governo Bolsonaro e o fim do Ministério das Comunicações, a empresa caiu num limbo.
Se não fosse o projeto do satélite geoestacionário, a Telebras sequer seria lembrada pelo governo para desempenhar algum papel. E não está sendo.
Durante uma entrevista coletiva do ministro/astronauta Marcos Pontes e do secretário de Telecomunicações, Vitor Elisio, para falar das iniciativas da pasta no combate ao Covid-19, a estatal sequer foi lembrada.
Entretanto, foi citado o uso do satélite geoestacionário para cobrir áreas remotas, onde unidades de saúde não tem nenhuma conectividade com o Ministério da Saúde.
Aliás, na apresentação ficou muito claro que o MCTIC contará com as Teles e os provedores locais para conectar mais de 16 mil unidades ainda sem conexão. E sobre a participação da Telebras, Vitor apenas fala do uso do “nosso satélite”, em conexões remotas. Quantas? Uma ínfima parte das unidades de saúde.
É curioso como quase todas as unidades de saúde estão em áreas onde o backbone da Telebras passa, mas aparentemente não será utilizada. A Telebras até agora não anunciou nenhuma ação neste sentido.
Marcos Pontes falou na apresentação do ato de bondade das teles de ajudarem o MCTIC a garantir essa conectividade, assim como os provedores. Mas em nenhum momento coloca a Telebras, estatal que é vinculada ao seu ministério, como a rede central do projeto.
Quanto este governo pretende gastar nesse momento de crise com Teles e provedores, além do satélite?
Alias, indaga-se também: Marcos Pontes e Vitor Elisio se referiam realmente ao satélite da Telebras ou das empresas que exploram o serviço no Brasil e andam ávidas por abocanhar fatias do mercado governamental em todo o país?