Por Gilberto Lima Jr* – Não se assuste se eu te afirmar que em 30 anos a mente do ser humano poderá ser imortalizada, por meio da transferência de dados, para um supercomputador quântico. No ano do centenário de Isaac Asimov, criador das “Três Leis da Robótica”, o que chamo de pós-futuro – retratado em mais de 500 obras acadêmicas e especialmente de ficção científica – é um caminho real e inevitável.
Kyrzweil, por sua vez, fala sobre o tema da Singularidade e prevê que a superação dos computadores sobre a capacidade de processamento do cérebro humano, aliada a intensa aplicação da Inteligência Artificial, permitirá que já em 2045 possa ser alcançada a transferência de mentes humanas para um computador quântico, iniciando a imortalidade humana, conforme destacou a Revista Times em sua edição de 21 de fevereiro de 2011, com o Tema: “2045, o Ano em que o Homem se tornou Imortal”.
Nela, constam esta e outras previsões do Engenheiro e Futurista Raymond Kurzweil, considerado o mais assertivo de todos os futuristas da atualidade. Ele, que é um dos fundadores da “Singularity University”, na Califórnia, afirma que nesta altura (2045), a capacidade de processamento homem-máquina somados, será 1 bilhão de vezes mais poderosa que a do cérebro biológico. Neste instante a Singularidade terá sido alcançada. Mas o que isso tem a ver com a imortalidade? Tudo, pois há anos iniciaram e seguem avante com a experiência de Mind Upload (Sublimação), ou seja, a Transferência de uma mente humana para um Computador Quântico, onde seriam imperceptíveis quaisquer diferenças, incluindo emoções, memória e personalidade.
Vamos a analogia simplória. Se o seu celular cai e quebra de forma irrecuperável (espero que não, claro), o que você faz? Adquire outro e possivelmente mais avançado e reincorpora todos os seus dados neste novo aparelho, certo? Declarações de amor, músicas, vídeos que você baixou, foto dos seus Pets etc. A sua memória profissional, afetiva, seus documentos pessoais, tudo que te identifica, renasce no estágio anterior da perda (apagou, mas nunca deixou de existir), você fica num alívio danado por poder ressurgir neste novo corpo e volta a falar, interagir, tudo como sempre e talvez até melhor. Eis o que Kurzweil prevê para daqui a 25 anos apenas.
Quando avalio o atual estágio da realidade planetária e particularmente brasileira, coincido na íntegra com a afirmação do historiador Yuval Harari (autor de Homo Sapiens, Homo Deus e 21 Lições para o Século XXI), de que perderemos feio para esta pandemia do Coronavírus, se não mudarmos a tendência populista de chefes de Estado que pregam a rivalidade, o individualismo e a competitividade separatista em detrimento da união, da solidariedade e do senso coletivo global. Harari acrescenta que estes mesmos extremistas têm em comum a característica sectário-religiosa e a desvalorização do conhecimento científico. Sem solidariedade e valorização do pensamento científico, os avanços tecnológicos poderão representar um grande risco para a humanidade, vez que o atual estágio evolutivo do conhecimento é, segundo o próprio pensador, irrefreável. Asimov há décadas atrás escreveu: “Tornou-se muito comum, nas décadas de 1920 e 1930, retratar os robôs como inventos perigosos que invariavelmente destruiriam seus criadores. A moral dessas histórias apontava, repetidas vezes, que ‘há coisas que o homem não deve saber’. No entanto, mesmo quando eu era jovem, não conseguia acreditar que, se o conhecimento oferecesse perigo, a solução seria a ignorância”.
Se o neohumanismo levará em conta a convivência com os robôs já verificados na Manufatura Aditiva da Indústria 4.0, nas impressões de órgãos humanos, nos “devices” embarcados no corpo (inside Technologies) ou na conexão direta do córtex cerebral na internet 5G como promete Erlon Musk por meio de sua empresa Neuralink, eu não sei, mas tenho absoluta certeza de que a Inteligência Artificial e quaisquer outras tecnologias assemelham-se a “energia” que em si, não é boa ou ruim, depende do direcionamento que damos a ela. Quando bem canalizada nos proporciona a luz elétrica e quando mal canalizada, a bomba atômica.
Como dizia o poeta Renato Russo, da Legião Urbana, “o futuro não é mais como era antigamente”, você concorda?
Convido a todos os leitores para aprofundarmos este tema no dia 02 de Maio durante a Live Disruptiva do Instituto Illuminante, que tenho a honra de presidir. Abordaremos o Tema: “O Alvorecer dos Robôs”, celebrando o centenário de Isaac Asimov, e contaremos com o Embaixador da Campus Party no Brasil, Salustiano Fagundes, como principal convidado. Informem-se nas Redes Sociais do Instituto e sejam Bem-Vindos.
Gilberto Lima Junior, presidente do Instituto Iluminante de Inovação Tecnológica e Impacto social, Empresário do segmento de Comércio Exterior e negócios de base tecnológica. Mentor de Empresas, Palestrante e Futurista.
*Gilberto Lima Jr é Presidente do Instituto Illuminante de Inovação Tecnológica e Impacto Social.