Saiu hoje no Diário Oficial da União um contrato do Serpro com a IBM, obtido por meio da inexigibilidade de licitação (notória especialização) no valor de R$ 149,8 milhões.
Pelo contrato, a IBM prestará “serviços de Suporte Remoto (Telesuporte), Serviços de Accelerated Value Program (AVP), Serviços de Suporte Avançado de Software (Premium), aos produtos IBM.
Não é claro se é contrato novo, ou apenas a renovação daqueles que foram suspensos pela empresa, depois que mandou cartinha ameaçando cortá-los por falta de pagamento, em janeiro deste ano.
Seja lá o que for, na época a dívida estava estimada em torno de R$ 70 milhões e foi um belíssimo salto neste novo contrato. Nem nas Olimpíadas veremos algo parecido dos atletas.
Mas se for novo contrato, então fica a pergunta: se a empresa apresentou no último balanço uma dívida com fornecedores da ordem de R$ 304,9 milhões; não seria razoável agora pagar a quem já está devendo há séculos, ao invés de fazer dívida sobre dívida?
No mínimo reduziria o prejuízo de R$ 245 milhões apresentado no balanço da empresa e Glória Guimarães sabe disso, pois assinou o documento como diretora-superintendente, na época.
* Os funcionários da empresa mereciam uma explicação da diretora-presidente, já que foi ela quem deu entrevista para o Correio Braziliense revelando o estado de calamidade financeira da empresa. Hoje, ao que parece, a calamidade acabou, já que ela aparece assinando a ratificação da inexigibilidade de licitação para esse contrato com a IBM.