O celular do futuro: o que os smartphones ainda poderão fazer por nós?

Por Norberto Maraschin Filho* – Ao longo dos últimos 20 anos, acompanhamos a evolução dos antigos telefones celulares que só possuíam duas funções – fazer/receber chamadas de áudio e trocar SMS – e que, hoje, são capazes de carregar toda a nossa vida e história em poucos cliques. E se há 30 anos ter um celular era item de luxo, hoje, felizmente, é algo acessível a todas as pessoas. Os smartphones tiram fotos, produzem gravações, permitem editar conteúdo, conversar por vídeo em todos os lugares, pagar contas, organizar o dia a dia na agenda, conhecer novas pessoas ou manter antigas amizades nas redes sociais… Mas o que mais esses aparelhos poderão fazer por nós em um futuro não muito distante? 

É um mercado em constante transformação, sendo difícil traçar previsões detalhadas. O que podemos adiantar é que veremos uma crescente automação de tarefas rotineiras, onde a Inteligência Artificial – figura fundamental na nova era da tecnologia global – terá um papel central em antecipar as necessidades dos usuários, oferecendo soluções proativas e personalizadas. Além disso, a interconectividade entre dispositivos será ainda mais aprimorada, o que permitirá uma transição mais suave entre diferentes plataformas e ecossistemas e facilitará o acesso a informações e recursos de forma mais eficiente e natural. 

E o que a nossa experiência, como desenvolvedores de tecnologias (que incluem os smartphones), pode nos dizer? Nos próximos 2 a 3 anos, certamente virão dispositivos mais aprimorados, com funcionalidades que facilitarão ainda mais a vida de cada um de nós. Para isso, o investimento em Inteligência Artificial é fundamental. Ela será capaz de garantir uma experiência mais personalizada, eficiente e inovadora. 

Vou me arriscar um pouco mais e prever como serão os smartphones daqui 10 anos. Eles terão telas imersivas, que vão funcionar como hubs centrais para dispositivos inteligentes. A interação será facilitada pela Inteligência Artificial integrada que aprenderá e se adaptará continuamente ao comportamento dos usuários, oferecendo soluções personalizadas cada vez mais em tempo real. O processamento será dividido entre nuvem e local, o que vai combinar eficiência e privacidade, elementos indispensáveis para o futuro online. Conectividades 5G e 6G permitirão novas experiências de imersão, que vão transformar a nossa forma de viver e trabalhar. 

A estética também deve ser fortemente aprimorada. Basta olhar para o passado e nos lembrarmos de que um dia o celular já foi comparado a um “tijolo”. Hoje, cabem em nossos bolsos e são discretos. O smartphone do futuro se prepara para ser ainda mais funcional e prático, quebrando novos paradigmas no conceito de portabilidade. 

Dados da 35ª Edição da Pesquisa do Uso da TI conduzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada em maio deste ano revelam que o Brasil possui cerca de 1,2 smartphone para cada habitante, um total de 258 milhões de aparelhos em uso. Esse número, claro, é superior à quantidade de brasileiros: somos 203 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Logo, não é nenhum exagero dizer que todos nós desaprendemos a viver sem esses aparelhos. 

Proporcionar smartphones que sejam não apenas “ferramentas tecnológicas”, mas parceiros essenciais no dia a dia, é o que rege o trabalho das grandes empresas de tecnologia. O futuro desses aparelhos tem muito a nos surpreender – e nos beneficiar.

*Norberto Maraschin Filho é Vice-presidente de Negócios de Consumo e Mobilidade da Positivo Tecnologia, responsável pela produção e distribuição dos smartphones Positivo e Infinix Brasil.