Alexandre Gonçalvez Amorim (centro), que eu já falei sobre ele até ficar rouco, esteve hoje (27) nas dependências do Serpro, onde presidirá a estatal pelos próximos quatro anos, espera-se. Teve uma reunião com a diretoria da empresa, que não se sabe se qualificamos como “interina” até que novos nomes sejam anunciados. Ou se serão os mesmos a permanecerem na nova gestão?
*A julgar pelas carinhas de satisfação na foto, não.
O teor da conversa não foi revelado e amanhã ele deverá ser apresentado ao corpo funcional, quando se espera que fale e diga o que pretende fazer na empresa.
A aprovação de Alexandre Amorim ocorreu na sexta-feira pelo Conselho de Administração do Serpro. Contou com todos os votos do CA, inclusive com o do representante dos trabalhadores na companhia, Deivi Lopes Khun.
Procurado para explicar o seu voto, Deivi disse que apenas que “deu um voto de confiança à indicação do Ministério da Fazenda”, que na realidade não indicou ninguém. Se alguma vez teve o dedo daquele ministério na escolha da futura direção do Serpro, esta ocorreu apenas para possivelmente manter no cargo o diretor/imortal André Cesero, único nome que neste momento ainda vale uma aposta sobre a composição da futura diretoria.
Deivi nega que tenha dado esse “voto de confiança”, numa composição política para fazer na direção a nomeação de Marco Aurélio Sobrosa Friedl. “Não fiz nem tenho delegação para fazer qualquer negociação em nome do Sobrosa”, declarou Deivi Khun, o representante dos trabalhadores no Conselho de Administração.
Sobrosa é daqueles casos milagrosos que ocorrem em ascensões no Serpro. Foi membro do Conselho de Administração do Serpro que antecedeu a Deivi; liderou o movimento do empregados denominado “Salve seus Dados”, que era contrário à privatização do Serpro ( também conhecido como “Salve seus Cargos”), participou do “churrasco da vitória” quando um bando de petistas já considerava certa a vitória de Lula ainda no primeiro turno da eleição presidencial e, por conta disso, tratou de lançar candidatos à direção.
Sua passagem pelo Conselho de Administração não guarda algum registro de que tenha se posicionado contra as decisões tomadas pela diretoria em diversas ocasiões. Entre elas, nas reuniões que trataram da privatização do Serpro. Pelo menos nas Atas pesquisadas pelo blog não constam essa manifestação expressa de Sobrosa nelas, como representante dos funcionários da estatal.
Resta saber se vai pelo mesmo caminho o seu sucessor, Deivi Lopes Khun, que já deu o primeiro “voto de confiança” para o Ministério da Fazenda, ao apoiar a nomeação de um representante do Centrão no comando da empresa. O mesmo ministério que até agora não encerrou o processo de privatização da estatal, que pelo cronograma de desestatizações do PPI deverá ocorrer neste mês de março.
*Na foto da esquerda para a direita estão: Alexandre Magno Galieta de Oliveira (Diretor de Desenvolvimento Humano), Elana Oliveira de Matos Sousa (Diretora de Administração), o novo presidente Alexandre Gonçalves Amorim e os diretores, Ricardo Jucá (Desenvolvimento) e André de Cesero (Relacionamento com Clientes).