Ontem (6) rolou um “cineminha político” nas dependências do Serpro, com a presença do poderoso ministro da Justiça, Sérgio Moro. Com direito a fotos de autoridades sorridentes e tudo. Mas por trás da versão cor-de-rosa propagada pela imprensa da estatal, a empresa está temerosa com o assédio da Microsoft no Ministério da Justiça, que poderá tornar a estatal irrelevante no futuro para todo o governo.
Moro apenas fez uma habilidosa política de “boa vizinhança” ontem nas dependências do Serpro. Porque na realidade sua pasta está lentamente e até, digamos, cautelosamente, se distanciando da estatal e preparando-se para ingressar no maravilhoso e fantástico mundo Microsoft.
E isso deverá ocorrer em breve, coisa estimada para ocorrer em no máximo daqui a dois meses, quando o ministério lançar um mega edital de licitação, com registro de preços, para contratar uma plataforma completa de serviços de TI.
O Serpro já está ciente disso e ontem partiu para uma ofensiva de tentar “estreitar” os laços com o Ministério da Justiça que, segundo fontes, se puser esse edital nas ruas e direcionado para a Microsoft, poderá capitanear uma debandada de órgãos federais para adesão à Ata de Registro de preços, esvaziando financeiramente a estatal.
O que, para Caio Paes de Andrade, que acabou de gastar R$ 12,3 milhões numa auditoria, para criar um discurso favorável à venda do Serpro, essa debandada de atuais clientes governamentais só prejudicaria no preço de venda do todo ou de parte do capital da estatal.
*Como disse ontem, este governo é uma “Torre de Babel”, com interesses comerciais que vão para todos os lados, dependendo do personagem da vez.