Li no Teletime que executivos da Oi e da TIM defendem que a futura entidade aferidora da qualidade da banda larga exerça suas funções fora da Anatel. Concordo com essa tese, pois não vejo a Anatel aparelhada para cumprir tal função. Prefiro ve-la no papel de juiz de futuras disputas e problemas.
Pelo discurso dos dois executivos, essa entidade deverá ser neutra, para garantir a integridade do setor. Também concordo com essa opinião, embora a palavra “neutralidade” nunca tenha sido regra no setor de Telecomunicações. Se um dia chegar a ser usada será exceção.
Mas se tal entidade aferidora de qualidade da banda larga não deve estar debaixo da competência da Anatel, muito menos deveria ficar sob controle do SindiTelebrasil. Todo resultado que produzir será sempre contestado ou pelo menos digno de suspeitas, pelo fato das suas estreitas ligações com aqueles a quem deverá ‘fiscalizar’.
Discutir empresa prestadora desse serviço é inócuo. Seja quem for sempre estará sob foco de suspeição, de que favoreceu as teles ou as empresas de SCM e não o consumidor. Seja quem for a tal entidade, a possibilidade de fraude em seus resultados sempre será uma realidade.
A única forma de evitar contestações seria a Anatel exigir dos concorrentes ao negócio todos os códigos fontes do software que fará a medição. Ali daria para saber que tipo de medição está sendo feita e em favor de quem.
Aí sim o usuário teria chances de saber se a tal entidade aferidora joga para a platéia, para as teles ou em favor de uma banda larga de qualidade no país.
* Fora essa possibilidade, essa entidade não passa de mais um balcão sujeito a grandes negócios.