Luis Felipe Monteiro joga a toalha e deixa a Secretaria de Governo Digital

Está para ser anunciada a qualquer momento a exoneração de Luis Felipe Monteiro da Secretaria de Governo Digital (SGD) do Ministério da Economia. Que nos últimos mil dias de Governo Bolsonaro teve poderes similares aos de um “CIO”, ditando as regras de comportamento na TI federal e no processo de transformação digital.

Seu destino, segundo fontes do Ministério da Economia, provavelmente será a TI de algum grande banco de São Paulo. (nenhuma multinacional provedora de nuvem tão prestigiada por ele? mas que gente ingrata).

Inicialmente um entusiasta com a possibilidade de comandar a implantação da transformação digital no governo, Luis Felipe Monteiro, dois anos e nove meses depois jogou a toalha e decidiu sair em busca de algum novo desafio na área privada. Nos últimos meses suas aparições públicas foram mínimas.

Sua saída já ganhou ares de crise. A Associação dos Analistas de Tecnologia de Informação (Anati) já foi à público para anunciar a possibilidade de um “apagão” no Governo Digital com a “fuga de cérebros” para a iniciativa privada.

Menos, se estivesse tão ruim assim não teria tanto “cérebro” por aí disposto ao “sacrifício” de trabalhar para o governo. Podem apostar que irá chover “currículos” na mesa do Secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, de gente interessada ao sacrificante cargo deixado por Luis Felipe.

Afinal de contas, quem não gostaria de ganhar um bom salário, engordado ainda mais com o pagamento de “jetons” por participação nos conselhos de administração do Serpro e da Dataprev?

Há ainda a versão de que o recente Acórdão do TCU (1784/21), alertando para falhas no processo de gestão de riscos dos projetos que tratam da digitalização dos serviços públicos, teria gerado também o descontentamento de Luis Felipe e da equipe de TI do Ministério da Economia.

Porém, Luis Felipe Monteiro tem o que mostrar à seu favor. A oferta de serviços do governo federal por meio digital quando ele assumiu a SGD atendia apenas 1,8 milhão de brasileiros cadastrados na plataforma gov.br em janeiro de 2019. Agora 110 milhões buscam serviços do governo na mesma plataforma. Houve, sim, uma transformação digital  

*Procurei Luis Felipe para ele fazer um balanço de sua saída, mas não obtive resposta. Seja feliz.