“Eu fico com aquela sensação sempre, de que eu chego aos 47 minutos do segundo tempo. Pra você ver, essas reuniões todas que aconteceram com o Ministério das Comunicações eu não participei, não sei se minha equipe participou também. Eu não sei, sinceramente não sei”.
Foi como reagiu hoje (12/08) o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao tomar conhecimento de que o ministro das Comunicações, Fabio Faria, resiste em mudar o edital do leilão do 5G, para obrigar as operadoras a terem de conectar as escolas públicas.
O ministro disse que pretende marcar uma reunião que envolva os ministérios das Comunicações e da Educação, com a presença da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, para discutir a inserção no edital dessa cláusula de obrigatoriedade das teles investirem em conexão 5G nas escolas, em troca do leilão não arrecadatório.
Lembrou que todos os procedimentos que têm ocorrido no âmbito do governo em diversos setores econômicos, que não exigem pagamento de outorgas e concessões, tem sido exigido em contrapartida que parte do dinheiro a ser pago pela exploração de algum serviço seja convertido em obrigações de investimentos.
“Estão todos espremidos pelo teto (dos gastos públicos), mas sabemos que tem dinheiro lá fora, então não podemos desperdiçar essa janela”, declarou Paulo Guedes.
O ministro da Economia acabou dando um meio “puxão de orelhas” no ministro das Comunicações, que ontem protagonizou uma saia-justa com a presidente da Comissão de Educação, professora Dorinha, ao afirmar em audiência pública que não poderia mexer no edital para não atrasar o leilão do 5G.
E que não podia inserir no texto do edital esse compromisso, porque outros setores acabariam reivindicando o mesmo privilégio. Acabou azedando o clima com a deputada ao comparar bares com escolas numa escala de prioridades de conectividade do 5G.
*Hoje em audiência com Paulo Guedes, a deputada Dorinha deu o troco, ao colocar o ministro da Economia no centro da discussão. O edital ainda está sob análise do Tribunal de Contas da União.