Google e Fundo Baobá divulgam ONGs que terão acesso à fundo de R$ 1,2 milhão para combate ao racismo

O Fundo Baobá para Equidade Racial divulgou hoje a lista com as doze Organizações Não Governamentais (ONGs) negras que receberão R﹩ 100 mil, cada uma, para a execução de projetos de enfrentamento ao racismo. Fundo de R$ 1,2 milhão foi criado com esse objetivo. As entidades foram selecionadas pelo edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça, lançado em 5 de maio deste ano, com apoio do Google.org, braço filantrópico do Google.

A concorrência reuniu projetos com propostas para o combate à violência racial e às incorreções verificadas dentro do sistema de Justiça Criminal do Brasil. Uma das prerrogativas era estar alinhado com eixos pré-determinados pelo edital, relacionados à construção de soluções para algumas das questões mais urgentes para a população negra do país.

O enfrentamento à violência racial sistêmica; a proteção comunitária e a promoção da equidade racial; o enfrentamento ao encarceramento em massa entre adultos e jovens negros e a redução da idade penal para adolescentes; e as politicas de reparação para vítimas sobreviventes de injustiças criminais com viés racista compunham o rol de temas disponíveis.

Entre os projetos selecionados estão trabalhos nos eixos de proteção comunitária e promoção da equidade racial, reparação para vítimas e sobreviventes de injustiças criminais com viés racial, enfrentamento ao encarceramento em massa entre adultos e jovens e redução da idade penal para adolescentes e enfrentamento à violência racial sistêmica.

Os doze grupos escolhidos receberão, além do aporte financeiro para concretizar os planos idealizados, suporte técnico para o fortalecimento institucional e uma sequência de jornadas formativas. As lideranças serão capacitadas e equipadas com ferramentas de planejamento, gestão, monitoramento e avaliação de projetos, captação de recursos, entre outros instrumentos importantes para a estruturação interna.

Combate ao racismo

A ação filantrópica apoiada pelo Google.org e liderada pelo Fundo Baobá, voltada para grupos coletivos negros, organizações e movimentos sociais também negros, é resultado de um esforço coletivo para o enfrentamento ao racismo e promoção da equidade racial.

O edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça foi uma oportunidade de a população negra fortalecer estratégias de ativismo e resistência frente às injustiças raciais recorrentes, envolvendo e engajando comunidades, vítimas, sobreviventes e aliados.

“O Fundo Baobá completa, neste 2021, dez anos de um intenso trabalho para a promoção da equidade racial no Brasil. Esse é o objetivo que tem nos movido: a busca pela igualdade de oportunidades para a população negra brasileira. Buscar isso requer ações no campo da Educação, do Trabalho, do Empreendedorismo, da Saúde, das Artes, da Justiça e outros. Felizmente, estamos promovendo esforços para construir parcerias a fim de viabilizar investimentos sociais estratégicos para organizações do movimento social negro atuantes nestes campos. Sabemos que estamos apenas no começo, há muito por fazer e acreditamos que essas iniciativas irão gerar exemplaridade para mover mais investimentos estratégicos para a pauta da dignidade e justiça, como apresentado pelo edital Vidas Negras: Dignidade e Justiça. O racismo e as suas consequências nas vidas das pessoas negras devem ser combatidos de forma intencional e corajosa. O Vidas Negras é uma de nossas estratégias nesse combate”, afirma Selma Moreira, diretora-executiva do Fundo Baobá para Equidade Racial.

O Fundo Baobá foi uma das entidades contempladas pelo Google.org no Brasil por meio de recurso que seria utilizado para a seleção e apoio continuado a organizações de todos os estados brasileiros com foco no enfrentamento ao racismo em suas regiões de atuação.

“É mais um passo dado para que possamos colaborar com a desconstrução do racismo estrutural e interromper o ciclo de violências contra negras e negros. No Google, seguimos comprometidos com a promoção da equidade racial e a inclusão também em outras ações, como com a adoção de medidas para ampliar a representatividade negra em cargos de lideranças e outras posições e também apoiando o trabalho de organizações que lutam contra o racismo e a desigualdade”, diz Flavia Garcia head de Diversidade, Igualdade e Inclusão no Google para América Latina e Canadá.

Além do Fundo Baobá, o Google.org destinou US﹩ 100 mil para o Núcleo de Pesquisa em Justiça Racial e Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), liderado pelos professores Thiago Amparo e Marta Machado, com o objetivo de melhorar a coleta de informações sobre o estado da justiça racial no Brasil, a partir da análise de estudos de caso, dados e visualização das dimensões raciais da violência policial no Brasil.

“Com esse apoio, queremos promover mudanças que sejam significativas e duradouras pela equidade racial no Brasil, ampliando o alcance do legado de transformação social das organizações negras a serem financiadas por meio do Fundo Baobá”, complementa Flavia.

Fonte: Assessoria de Imprensa.