Facebook ganhou US $9,5 milhões para promover petróleo e gás em 2020

A organização InfluenceMap, grupo baseado em Londres que fornece análises de dados aos investidores, empresas e a mídia, sobre questões relacionadas à energia e à mudança climática, divulgou uma informação interessante: O Facebook ganhou US$ 9,6 milhões em 2020 para promover anúncios pró-combustível fóssil nos EUA.

O estudo foi publicado nesta quinta-feira (5/8) em Londres. Cerca de 25 mil anúncios destinados a garantir um lugar no futuro para o petróleo e o gás foram vistos pelo menos 431 milhões de vezes na plataforma.

A análise categorizou o conjunto de mensagens altamente sofisticado do setor em quatro temas principais: (1) A indústria do gás petrolífero é parte da solução climática; (2) os benefícios pragmáticos do petróleo e gás; (3) a indústria do petróleo e gás apoia as comunidades locais e a economia; e (4) o setor de petróleo e gás é patrioticamente importante para a independência energética dos EUA.

Dos 25.174 anúncios analisados, 48% incluíram a narrativa de que o setor de combustíveis fósseis era “parte da solução” para a crise climática. Os 12.140 anúncios nesta categoria foram vistos 122 milhões de vezes, sendo que os usuários mais jovens (25-34 anos de idade) tiveram maior probabilidade de estar no público-alvo desta mensagem.

Dentro desta categoria havia anúncios promovendo a noção de gás como uma fonte de energia ‘limpa, verde e de baixa emissão de carbono’, apesar da advertência do IPCC de que o metano tem um efeito estufa até 87 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2) durante um período de 20 anos. O maior distribuidor de anúncios com esta mensagem foi o American Petroleum Institute, que tem entre seus membros ExxonMobil, Chevron, BP, Shell, e outras petroleiras.

O estudo indica que foram gastos US $4,4 milhões destacando o petróleo e o gás como parte de um “mix energético pragmático”. Os anúncios nesta categoria foram vistos 174 milhões de vezes e foi direcionado a grupos etários mais velhos e homens.

ONGs climáticas iniciaram uma petição chamando as ‘Big Tech’s para proibir anúncios da indústria de combustíveis fósseis.

A pesquisa realizada pela InfluenceMap fez o rastreamento de quando estes anúncios foram colocados no ar e descobriu um pico significativo logo após Joe Biden anunciar seu plano climático de 2 trilhões de dólares durante a campanha eleitoral. Este impulso foi mantido até as eleições americanas de novembro.

O maior anunciante foi a ExxonMobil (US $5,04 milhões), seguida pela American Petroleum Institute (API; US $2,97 milhões) e OneAlaska (US $330.000), num total de 25 organizações de petróleo e gás ou seus grupos de defesa.

*O estudo gerou gráficos e tabelas que podem ser usados livremente para a divulgação do estudo que estão neste kit.

Serviço:

Para maiores informações ou para marcar entrevistas, favor entrar em contato: Simon Cullen, Gerente de Comunicação, InfluenceMap (Londres)
T : +44 (0) 7956 496 414 / simon.cullen@influencemap.org