Sem ter o que fazer em seu ministério, já que a única agenda relevante que seria o leilão do 5G está travado no TCU, que deseja mudanças no edital do leilão, o ministro das Comunicações e do Twitter, Fabio Faria, agora dedica o seu tempo para estimular a guerra das vacinas.
E usa um blogueiro do Rio Grande do Norte para divulgar um fato totalmente irrelevante para a população brasileira, uma informação vinda de um governo que inicialmente rejeitou vacinas e agora corre atrás do prejuízo. O ministro festejou uma informação de que a Fiocurz supostamente ultrapassou o Butantan na distribuição de vacinas no Brasil.
Essa informação foi divulgada pelo jornalista Bruno Giovanini em seu Blog no Rio Grande do Norte. O profissional é ligado ao ministro no Estado e faz parte do grupo de blogueiros que ganhou bloquinho e caneta do Ministério das Comunicações e foi convidado pela assessoria do ministro para fazer parte de um grupo de WhatsApp. Este grupo terá a missão de divulgar as informações do Governo Bolsonaro no Estado, através das informações selecionadas e produzidas pela Comunicação do ministro. De quebra, dará uma forcinha na eleição de Fabio Faria para o Senado pelo Estado do Rio Grande do Norte.
O ministro, ao invés de se preocupar com um assunto que não é da competência da sua pasta, deveria dedicar o seu tempo para explicar os motivos de estar levando assessores para uma viagem aos Estados Unidos, que não terão função alguma que seja relevante para definir o modelo e atrair investimentos na tecnologia móvel 5G.
Hoje o Diário Oficial da União publica as autorizações de viagem de representantes da “Missão 5G EUA”, que no período de 5 a 12 de junho farão visitas a diversos órgãos norte-americano ligados às Comunicações e Defesa que lidam com a tecnologia naquele país.
Com exceção do Secretário de Telecomunicações, Artur Coimbra, os demais integrantes não guardam ligação alguma com o leilão do 5G e nem fazem parte do corpo técnico do ministério responsável pela análise do projeto.
Fabio Faria vai levar nessa viagem a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, função que qualquer diplomata da Embaixada do Brasil nos EUA poderia desempenhar sem custos de transporte e hospedagem às custas do contribuinte. Além dela, seguirá um Assessor do ministro e a Chefe de Gabinete do Ministério das Comunicações. Nenhum dos dois exercem funções técnicas no ministério.
Não faz o menor sentido os três estarem nessa viagem, já que não se tem notícias de que eles tenham alguma competência definida no ministério para tratar de assuntos como, “modelos de redes privativas, com enfoque em segurança cibernética” ou, que sejam as pessoas indicadas para conversar em solo norte-americano sobre “potenciais investidores no mercado de telecomunicações brasileiro nos desdobramentos do leilão da tecnologia 5G”.
*Além de levar essa turma sem competência alguma para tratar de 5G, o ministro poderia explicar as razões desta “missão” do governo brasileiro, contar com a presença da diretoria da Agência Brasileira de Inteligência e o que ela discutirá com a CIA e o FBI sobre 5G.