O ministro das Comunicações, Fabio Faria, deu hoje mais uma explicação confusa para defender a tese de que a Telebras não pode ser a gestora da rede privativa e de segurança do governo, embora seja a sua atribuição por decreto presidencial de 2018.
E errou ao afirmar que a gestão do satélite geoestacionário brasileiro esteja sendo executada pela empresa Viasat, que é privada.
Não é.
O satélite é gerido pela Telebras e o Ministério da Defesa. A Viasat sequer tem acesso ao Centro de Operações Espaciais (COPE), que ele inclusive inaugurou com o presidente Bolsonaro.
Faria disse que a gestão da rede federal no Brasil seguirá uma tendência de outras redes governamentais europeias, em que empresas privadas assumem a tarefa. Neste caso entende que não seria necessário a Telebras executar essa função.
Não é bem assim.
Na Europa essas redes privativas governamentais são geridas por empresas privadas, mas são empresas nacionais intimamente vinculadas por contratos com as áreas de Defesa desses países. E não pelas operadoras multinacionais de telefonia, como ele pretende que seja aqui no Brasil.
Hoje, inclusive, ele deixou claro que está cedendo às pressões das empresas de telefonia, que não admitem a presença da Telebras no mercado de Telecomunicações, nem que seja na gestão de uma rede privada que visa a segurança Nacional. Somente no Brasil essas empresas têm tanto poder junto a governos, não importa o viés ideológico deles.
Não vi má-fé da parte do ministro ao prestar informações erradas para o GT do 5G da Câmara. Acredito que Fábio Faria continua desinformado sobre a pasta que comanda. Tanto é assim, que passou o tempo todo recebendo informações sopradas por seus assessores e provavelmente algumas não entendeu.
*Recomendo ao ministro das Comunicações que pare de gastar tempo no Twitter bajulando o presidente e outros ministros – além de ficar brigando com jornalistas – e passe a gastar o tempo tentando entender a pasta que ocupa.