Acostumada a ficar em segundo plano na estratégia de transformação digital do Governo Bolsonaro, ao ponto de ter sido obrigada a passar de graça para o Serpro toda a sua base de dados do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que serviu para alavancar o volume de acessos ao portal Gov.br; agora a Dataprev deu a volta por cima. Será o braço tecnológico no desenvolvimento de aplicações governamentais para a nova Secretaria Extraordinária de Transformação do Estado, uma estrutura anunciada ontem e que será criada nos próximos dias pela ministra da Gestão, Esther Dweck.
Ontem enquanto todos se preocupavam com o anúncio da empresa migrar para o Ministério da Gestão, ao invés de voltar para o ministério da Previdência Social ( no Governo Bolsonaro ela ficou vinculada ao Ministério da Economia), ninguém prestou a atenção no movimento político que estava em curso e ao discurso da nova ministra da Gestão, Esther Dweck.
Ao tomar posse sinalizou que a nova secretaria atuará de forma transversal com os demais organismos da pasta, no sentido de criar uma rotina permanente de pensamento sobre qual a melhor estratégia a ser adotada para a transformação do Estado no meio digital.
Não ficou muito claro se essa nova secretaria substituirá a atual Secretaria de Governo Digital, ou se a “pequena estrutura”, como ela definiu em seu discurso de posse, atuaria como um colegiado que ficaria com o encargo de “pensar a estratégia”, enquanto a SGD continuaria como executora de políticas públicas.
Mas é certo que a Dataprev não estará mais à reboque do Serpro no processo de transformação digital do Estado. Aliás, Esther Dweck conhece bem as duas empresas. Principalmente o Serpro, que nos anos em que ela atuou no Ministério do Planejamento provavelmente ouvia críticas em relação aos serviços prestados pela estatal e o preço que cobrava por eles.