Uma reunião bastante inusitada para os padrões da hierarquia militar ocorreu ontem à tarde no Palácio do Planalto. Dois generais e dois coronéis foram explicar a um capitão, que as privatizações da Telebras, dos Correios e da Finep, embora possam ser um “alívio imediato” para as combalidas contas públicas após a pandemia do Covid-19; a médio e longo prazos serão desastrosas para o governo, no futuro.
O capitão e Presidente da República, Jair Bolsonaro, ouviu ontem o andamento dos trabalhos dessas estatais, numa reunião que teve com o coronel da FAB e ministro da Ciência, Tecnologia, Marcos Pontes. Além dele, estiveram presentes: o coronel e presidentes da Telebras, Waldemar Gonçalves Ortunho; o general e presidente da Finep, Waldemar Barroso Magno Neto e general e presidente dos Correios, Floriano Peixoto. Todos do Exército Brasileiro.
Pouco se sabe do encontro, mas a versão oficial é a de que Bolsonaro ouviu atentamente a cúpula fardada desse ministério, sobre a necessidade de se manter as empresas sob o controle do MCTIC. O que Bolsonaro fará é uma incógnita. Ele está dividido entre atender os militares e o pedido do civil, Paulo Guedes, ministro da Economia, que deseja colocá-las no Programa Nacional de Desestatização (PND) para depois vendê-las à iniciativa privada.
Todas as empresas estão neste momento no PPI, o programa de parcerias de investimentos, mas Guedes quer ter o controle sobre elas no Ministério da Economia. Hoje elas ainda estão na esfera de controle de Marcos Pontes. Se Guedes vencer a disputa, o primeiro passo será inseri-las no PND – Programa Nacional de Desestatização. A partir daí será necessário obter a autorização no Congresso para vender.
*Enfim, espero que os militares se entendam nessa questão e abatam Guedes em pleno voo. E não saiam vendendo a preço de banana toda a infraestrutura brasileira, pois não dá para o contribuinte depois pagar duas vezes para voltar a ter a mesma estrutura que vendeu.