“Despetização” provoca a saída de diretor no Serpro

Iran Porto Júnior (foto), ex-diretor de Operações na gestão Glória Guimarães e atual diretor de Desenvolvimento na gestão do presidente Caio Mário Paes de Andrade, deverá pedir licença não remunerada em julho para trabalhar na iniciativa privada no Rio de Janeiro.

A “queda” de Iran começou a tornar-se uma realidade após o episódio do ex-presidente do BNDES, Joaquim Levy. O executivo foi praticamente “demitido” pelo presidente Jair Bolsonaro através da Imprensa. Ao tomar conhecimento pelos jornais e revistas de que Bolsonaro queria a sua cabeça, não teve outra alternativa que não fosse pedir demissão ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Este não queria que Levy saísse, mas quem se opõe aos desejos de Bolsonaro?

Foi a partir daí que a saída de Iran da diretoria no Serpro começou a ser traçada. Nos bastidores da empresa a “Bolsolândia” questionava se o presidente da estatal, Caio Mario Paes de Andrade, ainda teria “peito de continuar bancando petistas” em alguns postos de comando no Serpro. Uma injustiça, pois Caio jamais teve inclinações esquerdistas. Pode ser “moderninho” quando pensa em entregar dados do cidadão para o Google, mas sua cabecinha é bem conservadora.

Entre os alvos dos bolsonaristas de carteirinha estaria o diretor Iran. Quando Glória Guimarães assumiu a presidência da estatal, no Governo Temer, coube à Iran fazer a “interface” entre petistas e a nova diretoria, criando núcleos onde pudesse abrigar esses funcionários, longe das pressões de outros servidores que achavam ser a hora de dar o troco, por terem sido prejudicadas na administração petista.

Sempre se valendo da desculpa de que sistemas em códigos abertos necessitavam da presença desse pessoal e não podiam simplesmente serem descontinuados por força de contratos com outros órgãos federais, Iran foi conseguindo manter os petistas longe da degola no governo de Michel Temer. Entretanto essa argumento está caindo por terra com a gestão Bolsonaro.

Até porque, nos bastidores comenta-se que os dois principais sistemas em código aberto estão se tornando verdadeiras dores de cabeça comerciais para a estatal, pois nunca chegaram a ter aceitação nas áreas de TI da esfera federal. A plataforma de comunicação “Expresso” (ainda da gestão Marcos Mazoni) já foi abandonada há muito tempo pelo Serpro e o substituto “SerproMail”, desenvolvido na gestão de Glória Guimarães, em parceria com a multinacional Zimbra, não teria passado de um fiasco comercial.

Não se pode cravar com 100% de exatidão essa informação, mas convém lembrar que este site solicitou através da Lei de Acesso à Informação (LAI) informações sobre o desempenho comercial do Expresso e do SerproMail no governo, e o diretor Iran Por Junior respondeu negando o pedido, sob a alegação de que não poderia quebrar o “sigilo comercial”.

Porém, é fato que na última semana o SerproMail ainda sofreu abalos na sua imagem, ao ser vazada mensagem da área de segurança da estatal, na qual recomendam para funcionários não “clicarem em mensagem contendo phishing. Uma empresa que postula ser a guardiã das informações de governo e do cidadão brasileiro. Se não é capaz de remover a presença de um vírus em sua rede, que garantias podem dar com relação aos bancos de dados em seu poder? Qual a capacidade de reação das equipes responsáveis pelos dados da sociedade brasileira?

O nome cotado para assumir a Diretoria de Desenvolvimento do Serpro é o do atual superintendente de Digitalização de Governo, Diego de Azevedo Ribeiro (foto). As primeiras reações à indicação do nome desse executivo nos bastidores do Serpro, mais precisamente nas áreas em que circularia a “Bolsolândia”, é de que tirar Iran para colocar Diego seria o mesmo que “trocar seis por meia dúzia”.

*O futuro dirá.

Capital Digital – Luiz Queiroz Turma, deixa eu explicar uma coisa pra vocês. Eu já devia ter mandado colocar isso numa placa de bronze, de tanto que eu repito por aí quando me perguntam ou entram no meu e-mail para me esculhambar. Se eu publico notícia ruim, que fere você, enquanto orgulhoso funcionário que é, isso acontece por uma simples razão: 99,9% daquilo que eu recebo diariamente é contra a sua empresa. O resto nem é sobre a sua empresa. Eu não recebo NADA favorável à sua empresa. Você sabe a razão disso? Não? Deixa eu explicar para você. Não recebo nada de favorável, simplesmente porque quem é pago na sua empresa para se “comunicar” comigo, não se dá ao trabalho de fazê-lo. Acha que eu tenho OBRIGAÇÃO de entrar na página do Serpro todos os dias e fazer o famoso “Ctrl c / Ctrl v” dos textos prontos que eles produzem, como sendo verdades absolutas e informações controladas. Entendam, não querem se comunicar comigo? Não querem me passar sugestões de pautas? Não querem ser entrevistados? preferem falar para o Valor do que para esse “sitezinho?” Problema é de vocês. Eu vou continuar aqui no meu canto recebendo a enxurrada de “fogo amigo” que vocês mesmos produzem, porque vocês não são uma unanimidade, coesa e fechada em si mesmo. Sempre haverá alguém contrariado e este com certeza irá me repassar o fruto do seu descontentamento. Portanto, não estou dizendo que se me derem notícias boas, as ruins não irão sair. Vão sair do mesmo jeito, porque eu não estou aqui para agradar nem gregos e nem goianos. Estou apenas dizendo que o “jogo” poderia ser mais equilibrado e se não é a culpa é de vocês mesmos.
PS- Agora segue um recado para o “leitor” da área de Segurança da Informação, que se sente ofendido com o episódio do phishing no e-mail da empresa. Só tenho a declarar o seguinte para você. Se você estivesse 100% com razão nas colocações que fez para mim, não teria escrito a mensagem pelo Gmail. Teria se dado ao trabalho e usado o SerproMail que, pelo visto, nem mesmo você confia. Abraços!