*Por Elemar Júnior –O futuro das profissões está na programação. Nos últimos anos, em diversas oportunidades esta afirmação foi proferida por algum profissional da tecnologia. Foi em 2011, porém, que Marc Andreessen afirmou que, em um futuro breve, toda empresa será desenvolvedora de software, sendo que, as que não se adequarem estarão fadadas a desaparecer ou se tornarão irrelevantes.
Embora ousada para a época, essa afirmação se encaixa perfeitamente com a atualidade. É difícil imaginar negócios ou até mesmo setores da economia que não precisem da tecnologia como competência fundamental. Processos e dinâmicas de trabalho são cada vez mais automatizados e integrados, assim, o software permeia constantemente o cotidiano das organizações.
Com o surgimento e evolução constante de software – sempre presente na rotina das pessoas -, é necessário repensar a forma como ele é criado e mantido. No último ano, cerca de 40% das vagas de TI no Brasil foram destinadas a desenvolvedores Full-Stack, 27% para programadores Front-End e 17% aos profissionais de Back-End, segundo estudo da Trampos.Co.
Se antigamente esperávamos por departamentos especialistas em TI para desenvolver soluções, hoje as coisas têm mudado. A todo momento surgem alternativas viáveis e acessíveis para que qualquer um possa impactar atividades digitalmente. Em sentido amplo, todos estão aprendendo a programar – mesmo sem, necessariamente, escrever código.
Departamentos comerciais, por exemplo, encontram na nuvem serviços prontos para controlar funis de venda, relacionamento com clientes, entrega de valor, entre outros. A maioria dessas soluções já estão disponíveis com diversos mecanismos prontos de integração e soluções corporativas. Isso permite que essas soluções sejam adotadas sem o conhecimento das áreas de tecnologia, dando origem ao fenômeno de shadow it.
É importante destacar que a competência para escrever programas simples habilita profissionais para desenvolver todo tipo de otimização no seu cotidiano, maximizando a produtividade. Por isso, é comum ver grandes empresários apostando na ideia de que todo profissional deveria ter conhecimentos, mesmo que rudimentares, em programação. No ambiente educacional, a habilidade para programar ajuda a desenvolver, também, o raciocínio lógico além de capacidades de planejamento e execução. Deste modo, o ensino da programação tem sido incluído nas grades escolares e formações acadêmicas.
Àqueles que não tiveram a oportunidade de estudar programação em idade escolar ou em ambiente acadêmico, a internet revela-se um terreno fértil. Hoje, é possível encontrar incontáveis alternativas de aprendizado, que vão desde cursos gratuitos disponíveis em plataformas de streaming até escolas virtuais com conteúdo abrangente e acessível ajustáveis a todos os níveis de expectativa e para todos os bolsos.
Se em 2011, Marc Andreessen acertou ao afirmar que as empresas seriam, invariavelmente, de software, hoje não é exagero concluir que, de maneira análoga, profissionais que não tenham competência programando, em pouco tempo não terão espaço no mercado ou ocuparão posições sem relevância.
*Elemar Júnior – CEO da ExímiaCo.