*Por Fábio Veras – Enquanto no Brasil acompanhamos o noticiário sobre vacinas e disputas eleitorais do ano que vem, os EUA mostram com fatos concretos que não estão dispostos a ceder a liderança econômica e tecnológica do mundo para nenhum outro país.
Recentemente o Senado americano aprovou um dos maiores projetos de lei industrial tecnológica da história dos EUA em um esforço bipartidário, para garantir que os EUA continuem competitivos com a China como uma das potências tecnológicas do mundo.
O projeto de lei, aprovado de forma bipartidária – democratas e republicanos –, compromete cerca de US$ 250 bilhões em financiamento para pesquisas científicas, subsídios para fabricantes de chips e robôs e uma reforma modernizadora da Fundação Nacional de Ciência. O escopo do projeto, produto final de pelo menos seis comissões do Senado, representa uma das últimas grandes iniciativas bipartidárias de 2021.
Os EUA dão exemplo ao Brasil mostrando que uma democracia continental pode suspender interesses partidários e se unir em torno de prioridades nacionais, como ocorreu no caso do Marco Legal das Startups sob a liderança do presidente do Senado Rodrigo Pacheco. Nosso segmento de tecnologia e software brasileiro acredita que há espaço para evoluirmos na legislação, para aumentar a competitividade para os setores público e privado – empresas, universidades e governos – para que possam inovar, produzir e superar a competição mundial nas áreas mais estratégicas que são as indústrias do futuro, aquelas onde a tecnologia gera escala, sustentabilidade e melhorias sociais.
Os ciclos das mudanças tecnológicas e econômicas estão cada vez mais contínuos. A pandemia da Covid-19 revelou não apenas a interdependência global da cadeia de fornecedores, a fragmentação dos elos da cadeia de valor da vacina e ausência de produção de matérias primas essenciais em vários países, como também alertou que tecnologia e negócios tecnológicos são a chave da soberania econômica e social neste século.
O Brasil não pode andar para trás. Temos aqui BNDES, Fundações Estaduais de Amparo a Pesquisa, FINEP, CNPQ, CAPES, EMBRAPII e talentos empresariais e científicos de classe mundial, demonstrados desde multinacionais verde e amarelas como SUNEW, ALGAR TECH, TAKEBLIP, TOTVS, STEFANINI, assim como mentes privilegiadas na ciência como os cientistas Nívio Ziviani, Wilson de Pádua, Ivan Moura Campos, Virgílio Almeida e Professor Evaldo Vilela, Presidente do CNPQ, dentre inúmeros outros.
O Senado americano votou esmagadoramente pela aprovação da Lei de Inovação e Competitividade dos EUA, anteriormente conhecida como Lei de Fronteira Sem Fim, na última terça-feira. O projeto aprova também US$ 52 bilhões na fabricação de chips. “As ambições dessa legislação são grandes, mas a premissa é simples: se queremos que os trabalhadores americanos e as empresas americanas continuem liderando o mundo, o governo federal deve investir em ciência, pesquisa básica e inovação, assim como fizemos décadas após a Segunda Guerra Mundial “, disse o líder da maioria, Chuck Schumer, coautor do projeto de lei, em seus comentários no plenário do Senado na terça-feira.
Pesquisas sobre tecnologias como semicondutores, inteligência artificial e nanotecnologia são a nova fronteira de nosso crescimento. Convidamos as lideranças políticas do país a priorizarem ainda mais essa agenda, sob risco de perecimento de nosso capital tecnológico.
*Fábio Veras – CEO da Holding Saúde Ventures, integrante do grupo FCJ e presidente do Sindinfor-MG.