Em entrevista ao blog, o presidente da Dataprev também falou sobre o papel da estatal na consolidação da infraestrutura nacional de dados, projeto que envolve o Serpro e é capitaneado pela Secretaria de Governo Digital, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. Esse projeto contará com o apoio de grandes provedores privados de nuvem, o que significa um basta na gastança com grandes data centers.
Porém, o cenário negocial do governo com esses provedores será bem diferente do que tem sido visto nos últimos anos, pelos serviços de nuvem praticados pelas multinacionais junto ao governo. Segundo ele, a nova visão do governo é que quanto mais as bases de dados federais estiverem integradas, maior será a chance do governo pensar em novas políticas públicas e assegurar para si a gestão e a soberania brasileira sobre esses dados.
“Nós não temos nenhum interesse em ser “broker” de nuvem privada. E não estamos trazendo essas nuvens para ser a porta de entrada dessas operadoras. Nós temos interesse, de fato, é explorar as diversas formas possíveis de ter soberania sobre os dados e sistemas do Estado”, explicou.
Na visão do governo, o que está sendo feito agora, segundo Rodrigo Assumpção, é a consolidação de uma política, que era trazer para dentro do ambiente das estatais todos os dados e sistemas que são considerados “estratégicos” para o governo.
Diante deste cenário, a empresa está concluindo suas negociações com grandes provedores de nuvem para ampliar a capacidade da “GovCloud” de poder ofertar serviços para toda a administração federal num ambiente de multinuvem híbrida, que conta com a infraestrutura dessas empresas privadas, mas a gestão dos dados estão sob a tutela do Estado.
A Amazon Web Services (AWS), por exemplo, já está integrada ao data center da Dataprev. Rodrigo afirma que em breve os chineses da Huawei – com quem já estabeleceu as primeiras negociações – e um terceiro provedor, ainda não revelado, também deverão fazer parte do projeto.
Assistam a entrevista: