A comunidade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), se diz surpresa com o anúncio de um contrato da instituição de ensino com a Microsoft, que será para utilização da nuvem da multinacional “sem custos”.
Pasmem, a Microsoft agora decidiu não cobrar pelos serviços de armazenamento dos dados da UFPR em sua nuvem, porque a multinacional deve ter descoberto que veio ao mundo para fazer caridade.
Não deve ser fácil a vida de uma empresa norte-americana, que domina o mercado de software, e não pode cobrar para abrigar em sua nuvem toda a pesquisa científica, todas as informações sobre a vida dos universitários da federal do Paraná. É de dar dó.
“Esse contrato tem várias implicações que precisam ser analisadas” reage a comunidade acadêmica em sua página no Facebook. Eles querem que seja tornado público os termos deste acordo e que sejam respondidas pelo Conselho Universitário as seguintes questões:
a) Qual o grau de aprisionamento tecnológico que esse contrato cria?
b) Quais são as informações às quais Microsoft terá acesso ?
c) Não há oferta alternativa mais vantajosa, ou menos invasiva, do que a adotada?
d) Não há alternativa tecnológica baseada em software livre?
e) Nesse momento, toda a comunidade da UFPR (inclusive ordenadores de despesas) deve usar a senha de seus sistema institucionais, inclusive orçamentário, para acessar a nuvem da Microsoft. Os riscos de segurança foram realmente avaliados?
f) Se a possibilidade de acesso ao Office online por parte da comunidade já existia, bastando os usuários fazerem cadastro na Microsoft com seu e-mail da UFPR, com a vantagem de poder definir senha diferente da utilizada na intranet. Então qual a vantagem desse convênio, no que se refere ao Office 365?
g) porque esse contrato foi firmado à revelia do PDTI ainda em discussão no Coplad?
“As Universidades entre todas as unidades que compõem o serviço público brasileiro, são as que mais gozam de autonomia tecnológica. Somos referência para todos os setores públicos nas áreas de rede, segurança e gestão da informação. Sobretudo, somos referência de inclusão e liberdade na escolha e uso de tecnologia. Entregar essa competência às grandes corporações é abrir mão de nossa autonomia”, declaram os acadêmicos.
*Isso é só o começo, esse acordo deve fazer parte do guarda-chuva que a RNP assinou com a Microsoft, que abriu todas as portas das universidades federais do país. Já informei sobre isso e tudo leva a crer que trata-se de um desdobramento desse acordo. Outros deverão aparecer em breve.