Coisas estranhas acontecem na Prevdata, o fundo de pensão dos funcionários da Dataprev. No último dia 15 de janeiro foi eleito – com o voto contrário dos conselheiros representantes dos participantes e assistidos – o novo presidente-executivo, Fabio Souza da Silva.
Fábio, segundo informa a Ata da 159ª reunião extraordinária do Conselho Deliberativo da Prevdata, só foi eleito porque contou com o “voto de qualidade” do presidente deste conselho, José Ivanildo Dias Junior.
Na ocasião, o Conselho Deliberativo da Prevdata – pelo menos o que votou à favor de Fábio Souza da Silva – desejou “que suas experiências venham agregar valor à Diretoria Executiva, dando continuidade ao trabalho que já vem sendo desenvolvido para melhoria, cada vez mais, dos serviços oferecidos pelo fundo aos seus participantes e assistidos”.
Soa um tanto estranho que um executivo possa contribuir para a melhoria de um fundo de pensão, do qual os participantes e assistidos – a razão de existir deste fundo – votaram contra a sua nomeação.
Soa mais estranho ainda, quando se busca na Internet informações sobre a experiência profissional do novo presidente da Prevdata. As que pude colher não são as melhores.
Pelo menos deixam margem para dúvidas nessa escolha. O senhor Fábio Souza da Silva foi diretor de Investimentos da Totem Invest. Conforme seu perfil no LinkedIn. A empresa foi citada numa investigação da Lava Jato da Polícia Federal, como participante de um esquema com o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
Além disso, Fabio veio da presidência da Pauliprev – fundo de pensão dos funcionários públicos de Paulínia (SP). Também foi informado que, juntamente com outros gestores investigados numa comissão de inquérito da Câmara Municipal, ele seria um dos responsáveis por má gestão do fundo, que teria gerado um rombo de R$ 260 milhões, ocasionado por maus investimentos.
Quero deixar claro que não estou acusando o senhor Fabio Souza da Silva de ser um mau gestor, ou corrupto. Apenas aponto que seu nome consta de noticiário e de relatório da uma comissão de inquérito, que acabam por colocar em dúvidas tal indicação, já que foi vetado pelos representantes dos funcionários.
Até que se esclareçam tais informações, ficam sérias dúvidas com relação à decisão de impor goela abaixo o nome de um executivo, que não contou com o apoio dos participantes do fundo de pensão de uma empresa estatal.
*Cautela e caldo de galinha não fazem mal à ninguém.