Duas correntes não resolvem o impasse da reativação da Ceitec. De um lado estão os técnicos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Do outro, a Casa Civil da Presidência da República, com apoio da ministra Luciana Santos. O problema seria como a estatal de semicondutores iria se sustentar financeiramente nesse novo cenário após a extinção tentada pelo Governo Bolsonaro, mas travada no Tribunal de Contas da União.
Os técnicos do MCTI defendem um modelo “paraestatal”, no qual Ceitec ganharia do governo a condição de Organização Social (OS), tal como é feito com a RNP e outras instituições. O argumento deles para essa nova situação da empresa seria a facilidade com que a Ceitec poderia captar recursos do FNDCT – Fundo Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Do outro lado a Casa Civil, supostamente com o apoio da ministra Luciana Santos, defende o modelo estatal, que não é subordinado ao Orçamento Geral da União. Entendem que o Estado deve atuar no mercado de microeletrônica seja qual for o custo, porque trata-se de questão estratégica para o país. Na avaliação ministerial, pelo orçamento das estatais a Ceitec estaria coberta em suas necessidades de investimento.
Levam em conta ainda, que a fábrica foi criada pelo presidente Lula em seu primeiro governo e está sendo reativada agora por ele nesse terceiro mandato, quando em campanha eleitoral e durante a posse prometeu rever a extinção promovida pelo Governo Bolsonaro.
*E palavra de presidente não volta atrás.
TeleMusk
O Ministério das Comunicações nega, mas está fazendo um lobby danado para o governo deixar de lado o ciúmes, por causa da predileção de Elon Musk por Jair Bolsonaro. E bater logo o martelo em favor da contratação da Starlink para operar a sua constelação de satélites de baixa órbita em locais remotos do país. Alega que as escolas públicas instaladas nesses grotões só terão sinal de qualidade se for do satélite da Starlink. Mas e o satélite da Telebras? Se depender dessa turma cai no quintal de algum militar.
Combatentes
Na abertura do encontro anual da SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou da combatividade da entidade durante os anos de trevas do Governo Bolsonaro. Eu me lembro muito bem disso. Basta olhar para um dos episódios que demonstram essa combatividade da SBPC e de outras entidades defensoras da Ciência na foto ao lado.
De Cesero e os doidinhos
Reza a lenda que além do ex-presidente Sarney, o diretor de Relacionamento com Clientes no Serpro, André de Cesero, contaria com apoio dos bolsonaristas da Receita Federal. Não citei na matéria que escrevi hoje esse suposto apoio, porque não acredito que a bolsolândia da RFB seja tão burra para entrar numa dessas. Tenho certeza de que são malucos, acreditam em Terra plana e no “mito”. Mas burros ao ponto de apoiar esse diretor no Serpro já seria um tanto demais. Que maldade com os bichinhos?
Emergência
Eu tenho quase certeza de que já falei sobre isso certa vez. A regional do Serpro de Porto Alegre continua a sua saga para contratar serviços de engenharia que visam a construção de uma “escada de saída de emergência externa”. O edital enfim saiu e a abertura das propostas será no próximo dia 14 de agosto. Espero que dessa vez saia a licitação e que a gauchada possa trabalhar de casa certos que poderão escapar de eventual incêndio que ocorra na regional praticamente às moscas.
Mais um
Já está praticamente certo que a Dataprev anunciará em breve a sua parceria com a AWS – Amazon Web Services, que será o primeiro provedor multinacional da estatal na operação da sua futura nuvem híbrida. Resta saber que preços a Dataprev praticará junto aos órgãos públicos. Para ser assaltada à luz do dia a Administração Federal já conta com os valorosos serviços do Serpro/AWS.
Sebo
Rodrigo Assumpção mandou o seu superintendente de Operações levar a cachorrada da imprensa para conhecer o datacenter da Dataprev de Brasília. A visita deve ocorrer na próxima sexta. Eu pretendo ir, mas aviso de antemão que irei protestando contra o desdém do presidente da empresa. Para a visitinha da ministra Esther Dweck ao datacenter do Rio de Janeiro Rodrigo até pegou avião e levou a diretoria. Nem o secretário de Governo Digital, Rogério Mascarenhas, escapou do “bajulation“. Para a imprensa, nada. Nem aquele pão de queijo que a empresa paga nos contratos de lanchinhos para reuniões de diretoria. Miséria total.
Juscelino, o breve…
Quase toda a semana tem um veículo de imprensa descendo a lenha no ministro das Comunicações, Juscelino Filho e informando que ele está “cai não cai”, igual ao sinal 4G das operadoras móveis. Mas ele é duro na queda e permanece no cargo. Parece até o sinal de WiFi da Telebras. Funciona, mas ninguém quer.
*Nem ele!
(Com fotos de José Cruz/Agência Brasil e da Imprensa do Ministério das Comunicações e da Dataprev.)