Por Cesar Godoy* – Com a evolução tecnológica e as novas maneiras de administrar um negócio, os dados têm mostrado ser uns dos bens mais valiosos da atualidade e ativos de maior valor de uma organização. Saber usá-los a seu favor se tornou fundamental para orientar as tomadas de decisão e ações estratégicas para traçar um planejamento mais assertivo, seja qual for o segmento que a instituição atue.
No atual cenário, em que nossos computadores podem processar volumes cada vez maiores de dados e em que temos cada vez mais ‘sensores’ acompanhando cada etapa da operação, é natural que haja uma crescente demanda pelo uso correto desses dados, e o termo gestão data-driven fica mais em alta do que nunca.
As chamadas estratégias Data Driven, ou estratégias guiadas por dados, se referem à tomadas de decisão baseadas em conhecimentos coletados pelas organizações. A partir disso, é permitido que as instituições transformem dados e informações em vantagens competitivas para sua atuação, o que nos mostra que a ciência de dados dentro das organizações será cada vez mais um diferencial, e que – de fato – os dados abrem o caminho para uma gestão muito mais eficaz, coesa e muito menos dependente do feeling do gestor.
Recentemente, uma pesquisa do Estudo Global State of Enterprise Analytics 2019 ̧ realizada pela MicroStrategy em parceria com a consultoria global Hall & Partner, apontou que 60% das empresas brasileiras usam Data & Analytics para apoiar estratégias de negócios. No caso dos Centros de Serviços Compartilhados (CSC), como operacionalizadores massivos de processos e serviços, naturalmente acabam gerando uma enorme gama de dados que, se bem estruturados e analisados, podem ser uma fonte estratégica importantíssima para tomada de decisão assertiva por parte do negócio.
Em nossa empresa, vemos na prática que a ciência de dados pode de fato colaborar, e muito, na resolução de diversos problemas. Nossos CSCs são muito cobrados nas exatidões das operações financeiras e contábeis, pois essas funções regem a saúde da empresa. Dessa forma, por já possuir essas informações em nossas mãos, o próximo passo dos Centros de Serviços foi começar a trabalhar esses dados de uma forma mais estratégica para orientar a tomada de decisão tornando-se um aliado fundamental da organização.
De acordo com insights da McKinsey, estima-se que quase todos os aspectos de trabalho serão otimizados por dados, até 2025. As empresas que adotarem mais rapidamente essa estratégia conseguirão capturar maior valor. Dessa forma, acompanhar a evolução e não aplicar abordagens orientadas por dados apenas esporadicamente é o caminho correto. É preciso implantar mudanças de cultura e tecnologia para modernizar sua arquitetura de dados sempre que necessário. Uma mudança de cultura e tecnologia, sem um objetivo em mente, não é sustentável. Ela precisa ser motivada por uma necessidade, dessa forma precisam acontecer sempre que seja alertado por um problema, seja para uma tomada de decisão mais certeira, correção de bugs ou apenas acompanhamento da evolução.
Ter espaço e propósito é o que fará o profissional do CSC se engajar e buscar a inovação em prol da satisfação do cliente, seja ele interno ou externo. Dessa forma, o profissional que estiver preparado para inovar, estar em constante evolução, ser flexível e resiliente, terá grandes chances de sucesso nos novos desafios propostos para um CSC estratégico.
A principal característica de um Centro de Serviços estratégico são pessoas muito bem qualificadas na análise de dados e que saibam traduzir problemas de negócios em diagnóstico e planos de ações coerentes, de acordo com o que está sendo observado. No final de tudo, o grande diferencial do CSC estratégico está nas pessoas que estão por trás de tudo, manejando e entendendo o que é possível fazer com os dados disponíveis.
Para que os dados tenham sua parcela de confiabilidade e precisão necessários para um determinado negócio, é preciso que haja um direcionamento correto das atividades empresariais. Além disso, é preciso que esses dados sejam precisos, aderentes e consistentes de acordo com as regras do nicho de mercado atuante. Definir a fonte de verdade, conciliado a um processo muito bem estruturado que permita verificar a consistência dos dados é o que definirá sua qualidade, aumentando a produtividade, qualidade do serviço dedicado aos clientes e melhores práticas na tomada de decisões, por meio de dados mais precisos, completos e consistentes.
Por fim, sua tomada de decisão deverá ser fundamentada nas suas descobertas com dados, ou ainda, você deverá guiar a tomada de decisão de outros a partir de suas descobertas com dados, logo a maneira que você comunica tais descobertas pode ser uma grande aliada ao comprovar sua fundamentação para uma decisão ou direcionar a decisão de outros de uma forma de fácil compreensão, e que leve à uma decisão correta.
*Cesar Godoy, Líder de Data Science da Fhinck, empresa Associada Mantenedora da ABSC.