Dizer que Dilma está irritada com a história dos grampos da NSA que surgiu agora é de um cinismo sem temanho.
Em 2003 Lula mandou o governo estudar a criação de uma rede estatal de comunicações, após a descoberta dos grampos da Kroll feitos contra o ex-ministro Gushinken, a mando de Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity e presidente da então Brasil Telecom.
Levaram anos estudando alternativas e isso ficou à cargo de Rogério Santanna Dos Santos, na época secretário de Logística e TI do Ministério do Planejamento. Depois de muita discussão, chegou-se à conclusão que o ideal seria reativar a Telebras, que teria duas funções não necessariamente nesta ordem: 1ª Prover uma rede de telecomunicações para o governo, que fosse confiável, com a aquisição do máximo possível de equipamentos nacionais. 2ª Criar uma rede nacional de banda larga que pudesse estimular as teles a fazerem o mesmo, até então interessadas num projeto semelhante, mas pelo triplo do preço.
Lula mandou as teles irem passear e deu ordem para reativar a Telebras. Mas estava no fim do seu segundo governo e Dilma, ao assumir a Presidência da República, não cumpriu com o resto do projeto. Ela sempre detestou a Telebras. Transformou a recém reativada estatal numa simples fornecedora de infraestrutura de rede para as teles, por sinal, muito usada agora na Copa das Confederações.
E mandou Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, sentar no resto do projeto da rede estatal, para não contrariar as teles que vendem e bem esses serviços para o governo. Para completar a tarefa, Paulo Bernardo demitiu Rogério Santanna, petista histórico, que humilhado, deixou o governo e o partido.
Agora dizem os jornais que Dilma está “irritada” por saber que a NSA tinha acesso a zilhões de e-mails brasileiros e certamente os dela?
* Inventa outra tia!