O “Programa de Emergência para a Soberania Digital”, proposto numa carta que será enviada ao candidato à presidente Luis Inácio Lula da Silva, não tem a intenção de antagonizar com o setor privado de TI, segundo explicou Sergio Amadeu Silveira, pesquisador de redes digitais, professor da UFABC e ativista da liberdade na rede.
Amadeu, que encabeça a lista de professores, ativistas digitais e pesquisadores, entre outros profissionais, explica que o Brasil num eventual Governo Lula terá espaço para rediscutir o seu papel da Tecnologia da Informação, do ponto de vista da soberania nacional.
O que se quer, segundo ele, é que o país volte a produzir conhecimento e não continue apenas consumidor de tecnologias desenvolvidas lá fora e customizadas aqui. E isso envolverá uma amplo debate nacional, que envolverá também as empresas privadas.
Há uma nítida preocupação no meio acadêmico, segundo ele, com a facilidade de acesso que as big Techs têm aos dados da produção científica nacional, após a decisão tomada no Governo Bolsonaro de levar para a nuvem de multinacionais essas bases de dados.
Outro grande problema que vem ocorrendo é a falta de incentivos para a inventividade do mercado brasileiro de software, para que possa se desenvolver na direção de atender as necessidades do país, sem que seja obrigado a customizar programas em plataformas criadas por empresas internacionais. A carta propõe justamente o resgate do software nacional. Tivemos um bom bate-papo sobre essa questão, assistam: